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Em três dias, feira de Cascavel registrou mais de 137 mil visitações. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Em três dias, feira de Cascavel registrou mais de 137 mil visitações.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

As pancadas de chuva que insistem em interromper os trabalhos de colheita dão lastro ao otimismo dos organizadores do Show Rural Coopavel, que segue até esta sexta-feira (05) em Cascavel, no Oeste do Paraná. A exposição, que inaugura o calendário nacional de feiras agropecuárias, abriu as portas com público recorde na segunda-feira e, até o final desta quarta, já havia recebido 137 mil visitações –2,2% a mais do que no mesmo período de 2015. O número é considerado um indício de que a ausência das sete grandes montadoras de máquinas agrícolas do país – Case e New Holland (do grupo CNH Industrial), Valtra e Massey Ferguson (do grupo AGCO), John Deere, Agrale e Agritech – não desanima os visitantes. Pelo contrário.

“Fevereiro não é uma época boa para comprar máquina mesmo. É melhor comprar no segundo semestre do ano, para já estar com tudo pronto para a colheita de verão. Venho [na feira] é para ver o que há de novo em tecnologia de sementes, defensivos, manejo...”, diz José Camatti, que aproveitou a chuva – somente nos últimos dias foram mais de 100 mm na sua região – para visitar a exposição. Ele conta que adquiriu sua última colheitadeira em setembro de 2014 e, com a máquina nova, já concluiu a colheita nos 120 hectares que mantém em Sertanópolis (Norte).

FOTOS: Confira as imagens do Show Rural em Cascavel

Os expositores também não parecem preocupados com a ausência do ‘G7 das máquinas’. “A dinâmica da feira não mudou em nada”, crava o diretor comercial da fabricante sul-coreana de tratores LS Tractos, André Rorato. Com estande no local que até o ano passado era ocupado pela Massey Ferguson, ao lado da entrada principal da feira, a empresa comemora o aumento do fluxo de pessoas em seu espaço e projeta crescimento nos negócios firmados durante a exposição. “Se as pessoas não encontram nossas concorrentes, isso abre espaço para nós. Mas acho que é mais uma questão de posicionamento”, avalia Rorato.

“Geralmente o ritmo é um pouco lento nos primeiros dias e os negócios começam a ser fechados só na quarta ou quinta-feira, mas neste ano está sendo diferente. A arrancada foi boa e já tivemos propostas fechadas logo nos primeiros dias de feira”, comemora o diretor comercial da Stara, Márcio Elias Fülber. Diante da boa procura por pulverizadores autopropelidos e plantadeiras, a empresa espera ao menos repetir os resultados do ano passado.

Crédito

O boicote das grandes montadoras ao Show Rural também não abala as expectativas das instituições financeiras, que chegaram à exposição de Cascavel com oferta de recursos igual ou até superior à do ano anterior. Marcando os festejos de aniversário de 55 anos, o Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) disponibilizou R$ 300 milhões para serem negociados durante a feira, dos quais R$ 188 milhões já foram fechados. Além da aquisição de máquinas e implementos, as contratações envolvem o financiamento de projetos de armazenagem, beneficiamento de grãos, plantio de pinus, avicultura, entre outros. Os recursos liberados nos primeiros dias do Show Rural superam o volume concedido durante toda a exposição em 2015 (R$ 130,2 milhões).

Com cerca de R$ 100 milhões em financiamentos protocolados em um dia e meio de feira, o Banco do Brasil um 2016 de bons resultados, inclusive para o setor de máquinas agrícolas. “Este ano deve ser melhor que 2015. Pode não voltar aos níveis de 2014, mas vai ser melhor do que no ano passado. Há uma mudança sensível no apetite dos produtores para investimentos”, afirma Elondir José Biazibetti, gerente da superintendência de Negócios Varejo e Governo do banco no Paraná. “Não há limitação de recursos, seja qual for a linha de crédito. Inclusive o pré-custeio da safra, que costuma ser aberto apenas em abril, já está disponível para a temporada 2016/17”, garante.

“Seja para aquisição de máquinas ou custeio, todas as linhas estão girando”, concorda o superintendente regional do Santander no Paraná, Aloide Candido Lopes. “Mas quem quiser crédito para esse tipo de compra deve se apressar”, recomenda. Segundo ele, os recursos são escassos e devem ficar ainda mais ralos nos próximos meses. “Talvez não tenha mais dinheiro até a metade do ano”, alerta Lopes.

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