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Há três anos, a startup de Kay ganhou o prêmio de R$ 1,5 milhão da prefeitura de Londres para incentivar projetos de baixa emissão de carbono. | Divulgação/
Há três anos, a startup de Kay ganhou o prêmio de R$ 1,5 milhão da prefeitura de Londres para incentivar projetos de baixa emissão de carbono.| Foto: Divulgação/

Os famosos ônibus de dois andares de Londres começam a rodar nesta segunda-feira (20), experimentalmente, com um biocombustível feito à base de borra de café. A solução sustentável para 200 mil toneladas de borra de café que os moradores da metrópole jogam no lixo, todo ano, foi desenvolvida pela startup Bio-bean, com investimentos da gigante petrolífera Shell, entre outros investidores.

Depois de extrair o óleo combustível, que corresponde de 15 a 20% da borra, a empresa comprime o pó restante e produz pequenos cilindros de “lenha” – pellets combustíveis usados no sistema de aquecimento de prédios e residências da capital inglesa.

“O café está por toda parte nos centros urbanos. Onde quer que circulem pessoas, volumes enormes de borra de café são jogados nos aterros a um tremendo custo econômico e ambiental. Eu simplesmente parti da premissa de que não existe lixo, trata-se apenas de um recurso no lugar errado, não aproveitado”, diz o jovem de 27 anos fundador da empresa Bio-bean, Arthur Kay.

Há três anos, a startup de Kay ganhou o prêmio de R$ 1,5 milhão da prefeitura de Londres para incentivar projetos de baixa emissão de carbono. Desde então, atraiu parceiros como a Shell e implantou a primeira fábrica mundial de reciclagem de resíduos de café, empregando mais de 20 pessoas em um antigo hangar no condado de Cambridge. A unidade tem capacidade instalada para processar 50 mil toneladas de borra por ano. O volume representa apenas 10% da quantidade de café que os ingleses consomem anualmente.

Por enquanto, a Bio-bean produziu biocombustível de café suficiente para fazer um ônibus londrino rodar um ano inteiro com a mistura B-20 (20% de biocombustível e 80% de diesel). A frota de Londres tem cerca de 9500 ônibus e muitos deles já rodam com biocombustível feito da reciclagem de óleo de cozinha e de sebo de animais.

É a primeira vez, no entanto, que a cafeína, que move tanta gente, vai dar uma mãozinha também para mover o transporte público.

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