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Entre os produtos que são contemplados na fusão das duas gigantes estão os defensivos agrícolas. | JONATHAN CAMPOS/JONATHAN CAMPOS
Entre os produtos que são contemplados na fusão das duas gigantes estão os defensivos agrícolas.| Foto: JONATHAN CAMPOS/JONATHAN CAMPOS

A Comissão Europeia autorizou nesta segunda-feira (27) a fusão entre os grupos químicos americanos Dow e DuPont, cujo valor na Bolsa chegaria a 130 bilhões de dólares (R$ 405 bilhões), com a condição de que este último ceda uma parte de sua atividade mundial no setor de defensivos agrícolas. A operação ainda precisa do aval dos reguladores de Estados Unidos e China para ter carta branca.

“A fusão de Dow e DuPont pôde ser aprovada por [seus] compromissos significativos sobre produtos e a organização mundial de investigação e desenvolvimento”, afirmou a entrevista coletiva a comissária europeia de Concorrência, Margrethe Vestager.

O executivo comunitário demonstrou preocupação pelo impacto dessa operação no bolso dos agricultores, diante de uma eventual redução da oferta, e na concorrência de um setor em plena concentração

A fusão de Dow e DuPont, anunciada por ambos os grupos em dezembro de 2015 e comunicada a Bruxelas em junho passado, resultaria em um gigante, cujo valor na Bolsa atingiria 130 bilhões de dólares.

Isso geraria ainda uma economia de 3 bilhões de dólares, em um contexto de queda dos preços das matérias-primas que nos últimos anos afetou os dois grupos.

Após o anúncio, os grupos americanos celebraram em um comunicado conjunto esta “importante etapa”, que mantém “a lógica estratégica e o potencial de criação de valor da transação”, assim como a concorrência no mercado.

O pão de cada dia

Para esclarecer as dúvidas da Comissão, ambas as partes se comprometeram a ceder “uma parte importante da atividade mundial da DuPont no setor dos defensivos agrícolas”, incluindo “sua estrutura mundial de I+D”, indicou Bruxelas em um comunicado.

Dow cederá também ativos de sua atividade petroquímica, onde ambos os grupos são “atores importantes”, incluindo duas fábricas na Espanha e nos Estados Unidos.

Caso a operação - que ainda precisa do aval dos reguladores de Estados Unidos e China - se concretize, a nova entidade Dow-DuPont se tornará a número dois mundial de sementes e a terceira maior fabricante de produtos fitossanitários.

A Dow-DuPont se dividirá em uma segunda etapa em uma empresa dedicada à agricultura, outra centrada na ciência dos materiais e uma terceira na química.

Os produtos desenvolvidos pela Dow e pela DuPont “afetam a cada um de nós”. “Literalmente, incidem no nosso pão de cada dia”, alertou Vestager.

Ordem de chegada

O aval com condições de Bruxelas chega enquanto o setor agroquímico se encontra em meio a uma série de mudanças: o gigante chinês ChemChina busca adquirir a suíça Syngenta por 43 bilhões de dólares, enquanto a alemã Bayer ofereceu 66 bilhões de dólares pela americana Monsanto.

A Comissão, que deve pronunciar-se sobre a primeira dessas aquisições antes de 12 de abril, ressaltou que aplica o princípio de “ordem de chegada”, motivo pelo qual a fusão entre Dow e DuPont “foi examinada atendendo a situação que prevalece atualmente no mercado”.

Para Vestager, essas operações são “muito diferentes”, embora afetem “o mesmo setor”, e ressaltado que cada caso será analisado considerando a atual situação.

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