Milho brasileiro derruba lucro da maior multinacional de sementes do mundo

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O baixo preço do milho em 2017 não foi um problema apenas para os produtores. Maior companhia de sementes do mundo, a Monsanto divulgou seus resultados para o segundo trimestre fiscal, mostrando o desinteresse pelo cereal em mais de um país.

A Monsanto considera que o fim de um ano fiscal acontece no dia 31 de agosto, ou seja, o segundo trimestre se refere a dezembro, janeiro e fevereiro.

As vendas e os lucros foram decepcionantes. Isso era parcialmente esperado devido à redução do plantio de milho nos Estados Unidos nesta safra e também ao preço baixo do produto no Brasil.

Os resultados poderiam ter sido piores se não fosse por um incentivo fiscal que “ajudou muito a empresa”, avalia Chris Perrella, analista de Inteligência da Bloomberg. Os altos preços do glifosato e da semente de soja Intacta, geneticamente modificada, também auxiliou na margem de lucro.

Os agricultores dos Estados Unidos, o maior produtor do mundo, devem plantar 88 milhões de acres neste ano, conforme projeção do Departamento de Agricultura - USDA. Em 2007, foram 90,2 milhões.

A redução segue diversos anos de excesso de produção e queda nos preços das commodities. Apesar disso, os mercados ainda estão oferecendo alguma possibilidade de lucro, segundo Perrella. “O milho foi o problema. Todo o restante está nos eixos”, afirma.

Essa pode ter sido a última divulgação de resultados trimestrais da Monsanto. A companhia não tem feito conferências com analistas para oferecer detalhes sobre seu desempenho, nem vem divulgando uma previsão de lucros para o ano, enquanto aguarda concluir a aquisição da Bayer US$ 66 bilhões. A empresa, contudo, reiterou que o crescimento da receita irá aumentar neste ano fiscal.

A Monsanto destaca estar confiante que a compra da Bayer terá aprovação dos órgãos reguladores já no segundo trimestre. Existe, contudo, a possibilidade de encerramento mais para o fim do ano, afirma Matt Arnold, analista da Edward Jones & Co.

O lucro de três meses contabilizados até fevereiro foi de US$ 3,22 por ação, nível inferior à média prevista de US$ 3,29 de 12 estimativas de analistas consultados pela Bloomberg. As receitas caíram 1,1% para US$ 5 bilhões, abaixo da menor estimativa realizada.