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Em 2016, a safra atingiu 184,7 milhões de toneladas, o que representa 57,4 milhões de toneladas a menos do que a deste ano | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Em 2016, a safra atingiu 184,7 milhões de toneladas, o que representa 57,4 milhões de toneladas a menos do que a deste ano| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Mesmo com montanhas de milho e toneladas de soja em armazéns, a estimativa de safra para o fim da temporada de grãos 2016/17 alcançou um novo recorde em julho. Segundo o IBGE, a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas deve atingir este ano 242,1 milhões de toneladas, com alta de 31,1% em relação a 2016 e de 0,7% na comparação com o prognóstico de junho.

Os números integram o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola divulgado nesta quinta (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados sinalizam que - quando comparadas a junho último -as projeções da produção aumentaram 1,8 milhão de tonelada. Em 2016, a safra atingiu 184,7 milhões de toneladas, o que representa 57,4 milhões de toneladas a menos do que a deste ano.

A estimativa da área a ser colhida subiu 7,1% frente ao total de 2016, passando dos 57,1 milhões de hectares do ano passado para 61,1 milhões de hectares. São esperados recordes na produção da soja (115 milhões de toneladas) e de milho (99,4 milhões de toneladas).

A produção de arroz, milho e soja, os três principais produtos da safra, representa este ano 93,6% da estimativa da produção e 87,9% da área a ser colhida. Em relação a 2016, houve acréscimos de 2,3% na área a ser colhida de soja, de 18,4% na de milho e 4% na de arroz. Já a produção da soja subiu 19,7%, do arroz 16,3% e a do milho 56,1%.

Na avaliação do pesquisador do IBGE Carlos Antonio Barradas, o crescente aumento nas estimativas de produção decorre do clima chuvoso que beneficiou as lavouras, ao contrário de 2016, quando houve escassez de chuvas, principalmente no cerrado".

Outro fator que estimulou a produção foi a alta dos preços levando ao aumento da área plantada de várias culturas. Os preços elevados dos principais produtos da agricultura brasileira, nas épocas do plantio da atual safra (safra verão e 2º safra), notadamente soja, milho, arroz e feijão, incentivaram os produtores a ampliar a área plantada e a investir em mais tecnologia de produção, disse Barradas.

Impacto positivo

O resultado da agricultura brasileira este ano, segundo o pesquisador do IBGE, traz impactos econômicos positivos interna e externamente para o país. Os aumentos nas produções de arroz, feijão, cebola e batata são importantes fatores para conter o índice de inflação, afirma Barradas.

O especialista aponta ainda que o aumento na produção da soja, milho, café e laranja também é importante na medida em que esses produtos pautam as exportações brasileiras e, indiretamente, têm impacto em outras produções. É o caso da soja e do milho, cujas safras recordes contribuem para redução dos custos na produção da carne suína e de frangos, outros produtos importantes na pauta das exportações brasileiras, destaca.

Para o pesquisador, o aumento da oferta de alimentos para consumo interno e para a exportação deve contribuir para a redução da inflação, bem como elevar as receitas brasileiras com a exportação do agronegócio.

Café

A safra de grãos de 2017 traz uma novidade favorável na produção de café que surpreende e recua menos do que o esperado, disse o pesquisador.

Particularmente no caso do café, que apresentou redução de 7% em relação a 2016, não deixou de ser uma boa surpresa para o IBGE. Na avaliação de Barradas, a safra, prevista em 2,8 milhões de toneladas, é considerada positiva.

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