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Caso esse volume de produção seja confirmado, ele será 14% superior ao obtido na safra de verão 2015-2016 quando foram colhidas 20,2 milhões de toneladas | DIRCEU PORTUGAL/GAZETA DO POVO
Caso esse volume de produção seja confirmado, ele será 14% superior ao obtido na safra de verão 2015-2016 quando foram colhidas 20,2 milhões de toneladas| Foto: DIRCEU PORTUGAL/GAZETA DO POVO

Ao contrário do que aconteceu na temporada 2015/16, quando os problemas climáticos prejudicaram a produção de grãos no Paraná, a expectativa para 2016/17 é bastante otimista. De acordo com dados divulgados pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) na quinta-feira (01), a primeira estimativa para a safra paranaense, que começa a ser plantada em setembro, aponta para uma produção de 23 milhões de toneladas (arroz, soja, feijão e milho), 14% superior volume colhido na safra 2015/16, quando foram colhidas 20,2 milhões de toneladas. A área está estimada em 5,9 milhões de hectares, cerca de 1% a mais do que na temporada passada.

Para o secretário estadual de agricultura, Norberto Ortigara, a expectativa é boa e a nova safra deverá ser plantada sob a influência do fenômeno La Niña. “Em função disso, esperamos que o clima seja mais regular durante o ciclo plantio, desenvolvimento e maturação das culturas”, analisa.

Segundo o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), Francisco Carlos Simioni, os sucessivos eventos climáticos ocorridos entre a primavera de 2015 e o inverno de 2016, que está chegando ao fim, foram os principais desafios dos produtores paranaenses na safra 2015/16. “Por outro lado, há que se ressaltar, ainda, que com uma produtividade menor, as margens de rentabilidade se estreitaram com a queda de preços das commodities. Essa conjunção de fatores foi amenizada pela venda antecipada da safra desde o final de 2015 e o câmbio favorável entre dezembro/2015 até maio/2016”, avalia Simioni.

Simioni também afirma que a profissionalização dos produtores paranaenses, com um sistema de produção desenvolvido com alta tecnologia, se reflete na produção de grãos, os nivelando aos europeus e norte-americanos. “A eficiência é ponto determinante para amenizar os desafios do clima, com o uso correto de agrotóxicos, o plantio escalonado e rigorosamente dentro do zoneamento agrícola de risco climático”, explica.

Soja

Pelo menos nos últimos cinco anos, praticamente todas as culturas plantadas no estado perderam área para a soja, o que fez com que a cultura incorporasse grandes áreas e registrasse sucessivos recordes de produção.No entanto, este é o primeiro ano em que haverá inversão do plantio de soja. A área plantada deverá atingir 5,23 milhões de hectares, cerca de 50 mil hectares a menos do que o espaço cultivado na temporada passada, de 5,28 milhões de hectares. Simione explica que verifica-se uma redução tímida da área de soja, que perde espaço para o milho em detrimento da vantagem comparativa de preços atraentes neste momento aos produtores.

De acordo com o economista do Deral, Marcelo Garrido, apesar dessa inversão, em cenário de clima normal, a previsão ainda é de safra recorde, com expectativa de atingir 18,2 milhões de toneladas. “O principal fator de sustentação da soja ainda é o preço (valorização do dólar frente ao real). Este ano o produtor recebeu cerca de 16% a mais na saca de soja, o que representou um ganho adicional de R$ 10 em cada saca comercializada”, explica Garrido. Em 2015, o grão foi vendido em média por R$ 61 a saca enquanto este ano o valor subiu para R$ 71.

Milho

A área plantada com milho deve registrar um avanço de 17%, passando de 413, 8 mil hectares para 484,9 mil na safra 2016/17. Segundo o técnico do Deral, Edmar Gervásio, a expansão no plantio de milho está sendo impulsionada pela valorização do grão, que aumentou 68% no último ano. “As cotações médias recebidas pelo produtor avançaram de R$ 21, em agosto de 2015, para R$ 35 em agosto deste ano”, explica. Este é o primeiro ano que o milho ganha em área plantada. Só para se ter uma ideia, a primeira safra do cereal já chegou a ocupar uma área de 1,45 milhão de hectares no início dos anos 2000.

A produção esperada é de 4,24 milhões de toneladas, quase um milhão de toneladas a mais sobre a safra anterior, que rendeu 3,3 milhões de toneladas durante a primeira safra, um avanço de 28%.

Feijão

O feijão da primeira safra no Paraná também ganha em área plantada, podendo chegar a 196,9 mil hectares, cerca de 7% a mais que em igual período do ano passado, quando foram plantados 184,9 mil hectares. Com isso, a previsão de produção também se eleva. Em condições normais de clima, o Paraná poderá colher 368,2 mil toneladas de feijão, cerca de 26% a mais que no mesmo período do ano passado, quando foram colhidas 291,9 mil toneladas.

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