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A alta em tão curto espaço de tempo surpreendeu os moinhos, que não tinham estoques longos do produto nacional. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
A alta em tão curto espaço de tempo surpreendeu os moinhos, que não tinham estoques longos do produto nacional.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

O aumento do preço do trigo no mercado interno em maio fará a indústria reajustar em 10% o valor da farinha neste mês de junho, segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo), Christian Saigh. “Em pouco mais de três semanas os preços aumentaram 20%, de R$ 750 a tonelada para R$ 900 (a tonelada). Com essa alta não será possível manter os preços atuais por mais de 30 dias”, afirmou. Saigh participou nesta quinta-feira, 2, de seminário sobre o mercado de trigo e perspectivas econômicas para 2016 e 2017, promovido pela entidade.

As cotações do cereal dispararam no último mês porque, além de não haver grandes estoques do cereal colhido em 2015, indústrias de carnes e fabricantes de ração demandaram trigo para substituir o milho, cujos preços subiram ainda mais. Grandes empresas têm disputado com moinhos o pouco trigo com qualidade para panificação que resta neste período de entressafra no Brasil. “Há mais de 20 anos não víamos essa disputa entre granjeiros e moinhos”, afirmou Saigh.

A alta em tão curto espaço de tempo surpreendeu os moinhos, que não tinham estoques longos do produto nacional. Desde o ano passado, devido à queda do consumo interno dos derivados de farinha, a indústria tem evitado alongar os estoques. A falta de capital de giro e a menor disponibilidade do mercado financeiro em liberar recursos também explicam essa cautela, disse Saigh. Ele estima que o volume de trigo nos armazéns dos moinhos brasileiros seja 30% menor que em igual época do ano passado.

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