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Caso constatada a presença de plantas vivas de soja o responsável será autuado e  a multa pode variar de R$ 8.565 a R$ 15.413 | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Caso constatada a presença de plantas vivas de soja o responsável será autuado e a multa pode variar de R$ 8.565 a R$ 15.413| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A partir desta quarta-feira (15) os produtores rurais do Paraná e mais quatro estados (São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Roraima) iniciam o vazio sanitário da soja, período de 90 dias no qual fica totalmente proibido o cultivo da oleaginosa. A medida tem como principal objetivo controlar o fungo causador da ferrugem asiática e se estende até 15 de setembro.

Números

De acordo com o Consórcio Antiferrugem, uma parceria público-privada no combate à ferrugem asiática da soja, na safra 2015/16 foram registrados 121 casos de ferrugem no Paraná. Destaque para a alta incidência da doença nas safras 2010/11 com 291 casos e 2012/13 com a notificação de 112 casos de ferrugem.

Uma das principais pragas que atacam as lavouras de soja, a ferrugem pode causar danos severos em áreas onde não é feito o devido controle. Em alguns casos, as perdas de produtividade chegam a ser superior a 70%. Além da proibição do cultivo, os produtores também devem eliminar todas as plantas voluntárias que germinam na lavoura a partir de grãos perdidos na colheita e podem se tornar grandes hospedeiras da doença.

Caso constatada a presença de plantas vivas de soja em propriedades, às margens de rodovias e ferrovias, estradas municipais, estaduais e federais, o responsável será autuado, podendo sofrer as sanções previstas em legislação. A multa pode variar de R$ 8.565 a R$ 15.413. A autuação confere ao responsável 15 dias para apresentar defesa e eliminar as plantas, o que pode se tornar uma atenuante. De acordo com a engenheira agrônoma e fiscal de Defesa Agropecuária da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Marlene Soranso, o valor da multa pode ser maior dependendo dos atenuantes e agravantes. “O produtor sabe que precisa fazer a lição de casa para evitar prejuízo no bolso e no campo”, afirma.

O engenheiro agrônomo da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Fernando Aggio, destaca que a soja é o principal hospedeira da ferrugem asiática. “Eliminando o hospedeiro por esse período, o fungo da doença se reproduz menos e no verão a pressão é menor nas lavouras”. A doença gera a desfolha precoce da planta que prejudica a formação e o enchimento dos grãos, consequentemente a redução acentuada de produtividade.

O controle da doença também significa redução de gastos para os produtores que diminuem o número de aplicações de fungicida nas lavouras de soja semeadas na safra após o vazio sanitário. “E isso impacta diretamente no custo de produção, ainda mais em uma época de margens apertadas”, reforça Aggio. Durante o período proibitivo o produtor pode optar por alguma cultura de inverno. Segundo Marlene, a pressão da ferrugem é menor com a adoção do período proibitivo. “Não é que a ferrugem não vai aparecer. Ela vai, mas mais tarde, ajudando a reduzir o número de aplicações”, explica.

Encerrado o vazio sanitário em 15 de setembro, o plantio da soja está autorizado até dia 31 de dezembro, conforme o zoneamento agrícola estadual. Neste período, o produtor precisa monitorar a cultura a partir da emergência das plantas e intensificar na floração. A atenção também tem que ser redobrada em locais com maior acúmulo de umidade.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), o Paraná produziu 16,747 milhões de toneladas de soja em uma área de 5,247 milhões de hectares.

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