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Frigorífico foi uma forma de agregar valor e garantir destinação dos suínos produzidos pelos sócios | Daniel Castellano/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Frigorífico foi uma forma de agregar valor e garantir destinação dos suínos produzidos pelos sócios| Foto: Daniel Castellano/Agência de Notícias Gazeta do Povo

No início dos anos de 1990, o Vale do Ipiranga, em Minas Gerais, era um polo produtor de cana de açúcar. Com a crise gerada ao longo do governo do então presidente Fernando Collor de Mello, muitos produtores deixaram a atividade. Sem vocação para o café e outras culturas, a suinocultura foi a atividade escolhida para voltar a gerar renda na região.

GALERIA: veja fotos do maior frigorífico de suínos de Minas Gerais.

Em 1995, um grupo de 52 produtores teve a ideia de criar um frigorífico. Foi aí que nasceu a Saudali Alimentos, uma das maiores empresas de suíno do estado. Localizada em Ponte Nova, a empresa abate 2 mil animais por dia, gera mais de 1,1 mil empregos e produz cerca de 200 produtos (industrializados, embutidos e in natura), que são enviados para mais de 12 mil pontos de venda em 17 estados diferentes.

A empresa, uma sociedade anônima, conta atualmente com 39 acionistas. Todos são suinocultores independentes da região. Estes acionistas têm cotas diferentes, determinadas de acordo com o aporte financeiro investido na empresa e com a quantidade de animais que são entregues. Toda a matéria-prima da Saudali Alimentos vem das granjas dos acionistas. Nada é comprado de fora.

De acordo com o Desidério Custódio Guimarães, diretor da empresa, o frigorífico foi uma forma de agregar valor e garantir destinação dos suínos produzidos pelos sócios. “Nem tudo que é produzido vem para o frigorífico. O restante é negociado pelos sócios no mercado spot. Mas o frigorífico é uma garantia de mercado para os produtores. É uma destinação garantida”, explica. A empresa não nasceu e nem se transformou numa cooperativa porque na época nem todos os produtores tinham os mesmos valores e matrizes para investir. “Muitos produtores que começaram desistiram e venderam as cotas. Eles achavam, na época, que o investimento não valia a pena”, diz.

Ampliação

Segundo Desidério, todos os custos com ração, assistência técnica e outros insumos são bancados pelos produtores. E todo lucro da empresa é reinvestido na Saudali Alimentos. Para o ano que vem, por exemplo, está previsto a ampliação do abate para até 3 mil animais por dia.

Com um mercado forte em Minas Gerais, a empresa aposta bastante no estado, na região Sudeste e no Nordeste brasileiro. Só neste ano, a empresa como um todo cresceu 17% em relação ao ano passado. A exportação representa menos de 4% do volume produzido. “Na Saudali, os produtores são bonificados de acordo com a qualidade do suíno. Isso garante um produto de ótima qualidade. Como os produtores são os donos, o cuidado começa na granja, toda nossa produção é supervisionada”, conta Desidério Guimarães.

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