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Alexandra Duarte ajuda o pai no comando da empresa. Depois de um 2016 turbulento, quando os preços do milho dispararam, o ano agora promete. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO
Alexandra Duarte ajuda o pai no comando da empresa. Depois de um 2016 turbulento, quando os preços do milho dispararam, o ano agora promete.| Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

O Brasil registrou produção recorde de ovos de galinha em 2016, com 39,5 bilhões unidades, dado que coloca o país na 5º colocação no ranking global. Na última década, aliás, a produção nacional cresceu quase 40%, uma expansão média anual superior a 3%. Responsável por 29,5% da produção nacional, São Paulo é o maior produtor, seguido por Minas Gerais (9,8%) e Paraná (9,3%).

Além de tecnologia e excelente status sanitário, além do crescimento no consumo desta proteína no mercado interno, um fator em especial foi fundamental para atingir os patamares impressionantes de produção: a logística. No caso de um produto altamente perecível, como o ovo, é preciso encurtar ao máximo o caminho entre as granjas e as gôndolas de supermercado.

Na Serra da Mantiqueira, cadeia montanhosa que se espalha na divisa entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os produtores, principalmente os mineiros, encontraram um lugar perfeito para isso. Em Itanhandu (MG), cidade com apenas 15 mil habitantes, estão localizadas as maiores granjas do país. Entre elas, a Ovos Mantiqueira, a maior da América Latina. Sozinha, a empresa tem uma produção diária de 4,6 milhões de ovos e um plantel de 11 milhões de galinhas.

A quarta maior granja da cidade, a Sétimo Céu é uma das mais antigas da região, com quase 80 anos de existência. Comprada por Alexandre Duarte há 23 anos, a empresa produz atualmente 370 mil ovos por dia e tem um plantel 420 mil aves em 17 galpões. Segundo Duarte, que viu na postura uma oportunidade de complementar renda, quando ainda trabalhava com um açougue, a logística é um dos grandes apelos da região. “Eu embarco os ovos de manhã e, no máximo, no outro dia estão nos mercados de Minas, São Paulo, Rio”, conta.

Com oito caminhões próprios, o avicultor diz que destina 20% da produção para o interior de MG, 50% para RJ e 30% para São Paulo. “Eu trabalho com o varejo, menos de 10% da produção vai para o atacado. O nosso negócio se concentra em médias e pequenas redes”, revela.

Duarte conta com a ajuda da filha, Alexandra Duarte, no comando da empresa. Segundo o proprietário, depois de um 2016 turbulento, quando os preços do milho dispararam, o ano agora promete. “2017 está sendo positivo e será possível fazer uma reserva. Por causa da crise do ano passado, não fizemos investimentos. Preferimos quitar as dívidas e nos concentrar no planejamento dos próximos cinco anos. O objetivo principal é chegar a 500 mil aves e automatizar todos os galpões”, explica. Atualmente são 8 galpões totalmente automatizados. A empresa emprega 85 funcionários.

Além da logística, os produtores apontam as características geográficas da serra como um diferencial. Aproveitando o clima ameno e a topografia acidentada, a Mantiqueira é um polo agroindustrial importante desde o século 19. Além das aves, a região produz gado, leite e café. “Essa geografia proporciona água de melhor qualidade, um clima ameno, o que faz com que as galinhas não sofram com calor e ganhem mais peso”, diz Duarte.

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