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Para a produtora Jane Villas Boas, em Santo Grande, no Sudoeste paulista, esta é uma das melhores safras desde 2006. |
Para a produtora Jane Villas Boas, em Santo Grande, no Sudoeste paulista, esta é uma das melhores safras desde 2006.| Foto:

Após duas safras de secas e perdas nas lavouras, o clima tem colaborado com os produtores paulistas. Enquanto outras regiões produtoras sentiram a força do El Niño, como Mato Grosso, que sofreu com uma forte estiagem, e a região Sul, que registra excesso de umidade, São Paulo parece ter sido ‘esquecido’ pelo fenômeno climático. A expetativa é que o estado do Sudeste registre a melhor colheita das últimas seis temporadas.

GO e MG

Após passagem por São Paulo, os técnicos e jornalistas da Expedição Safra seguem para Goiás e Minas Gerais para acompanhar o início da colheita, além de realizar o primeiro seminário sobre o mercado de grãos na cidade de Uberlândia, na próxima quinta-feira (18).

Tempo bom permite safra histórica em São Paulo. Fotos: Hugo Harada / Gazeta do Povo

Ao longo de um roteiro de 1 mil quilômetros percorridos na semana passada, a equipe da Expedição Safra, que está completando 10 anos, pôde conferir que os produtores superando suas próprias médias, alguns com marcas históricas. “O El Niño não passou por aqui. O desenvolvimento da planta foi muito interessante. Mesmo a ferrugem asiática, que teve início de registro, foi controlada rapidamente”, destaca Aparecido Valdecir do Couto, produtor e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itaberá, no Sudoeste do estado paulista. “Iremos bater recordes de produção nesta temporada”, complementa.

Confira imagens da Expedição Safra em São Paulo

A satisfação com o atual ciclo pode ser verificada nos painéis das colheitadeiras por várias partes do estado. Na propriedade da produtora Jane Villas Boas, em Santo Grande, no Sudoeste, o início da colheita dos 126 hectares dedicados à soja permite projetar uma das melhores safras desde que assumiu a administração da fazenda, em 2006.

“Fechamos o custo de produção em junho [do ano passado] para fugir do dólar alto. Fizemos acompanhamento detalhado do solo. Sem área de replantio. Não tive problema com doenças. E o começo da colheita está em 3,8 mil quilos por hectare”, diz Jane, que no ano passado teve uma média de 2,9 mil quilos/ha. “E tem área que projeto tirar 5 mil quilos”, completa.

Com cerca de 25% da soja colhidos, o produtor José Aparecido contabiliza, em média, 4 mil quilos por hectare na propriedade de 145 hectares em Itaberá. “Choveu certinho essa safra. Termino a colheita em 30 dias e essa produtividade ainda irá melhorar”, ressalta.

“Não sei se rezamos muito. Mas o clima favoreceu. Tem área que parece irrigada com pivô de tão boa que está a soja”, destaca Antônio Jabur, produtor e presidente do Sindicato Rural de Cândido Mota, outro importante produtor paulista da oleaginosa.

Reviravolta gera corrida por semente de milho e provoca escassez

A disparada da cotação do milho nos últimos meses fez com que muitos produtores de São Paulo refizessem o planejamento para a safra de inverno. Agricultores que antes programavam plantar aveia, cobertura verde ou mesmo deixar a terra descansar, estão semeando o cereal conforme a soja é colhida.

“Os preços melhoraram e a terra está ótima para o plantio do milho safrinha. A produção será grande por aqui, pois o pessoal está animando”, diz Aparecido Valdecir do Couto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itaberá.

Porém, a correria de última hora tem gerado transtornos. Como muitos produtores decidiram comprar a semente sem reserva prévia, as revendas, empresas e cooperativas estão demorando para entregar e, em casos pontuais, forçando o atraso do plantio da safrinha.

“Está havendo correria às revendas, que não estavam preparadas para atender a uma demanda tão grande. Como não tinha estoque, tem produtor que colheu a soja, mas não entrou com o milho porque não tem semente”, conta Antônio Jabur, presidente do Sindicato Rural de Cândido Mota. “Mas isso deve se normalizar em breve.” (CGF)

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