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“Precisamos aproveitar e explorar nossa vocação natural, que é a agricultura”, afirmou Ferreira. | Rodrigo Félix Leal/Gazeta do Povo
“Precisamos aproveitar e explorar nossa vocação natural, que é a agricultura”, afirmou Ferreira.| Foto: Rodrigo Félix Leal/Gazeta do Povo

Deodápolis, no Mato Grosso do Sul, recebeu o quarto Seminário Expedição Safra 2016/17, nesta quarta-feira (1º). O evento foi realizado em parceria com a cooperativa Copasul, que tem sede em Naviraí (MS). A uma plateia de mais de 130 pessoas, o coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, disse que o Brasil vai ser o celeiro do mundo e citou o estado do Centro-Oeste como modelo que vai ajudar o país a produzir mais. Ao longo da apresentação, cujo tema foi “Safra cheia desafia mercado e retomada da produção no Brasil”, ele falou do sistema de Integração Lavoura-Pecuária. Atualmente, Mato Grosso do Sul tem oito bois para cada habitante. As áreas de pastagem ocupam 16 milhões de hectares, e mais da metade está degradada ou em fase de degradação, com cupim, pasto ruim e erosão.

Em cinco anos, porém, é possível recuperar 1 milhão de hectares com o sistema, salientou Ferreira. Além de recuperar o solo, a Integração Lavoura-Pecuária permite ao produtor explorar economicamente a área durante o ano inteiro, seja com grãos, carne ou leite.

“Além de aumentar a qualidade da pastagem, o sistema de integração garante diversificação de renda para o produtor. Não estou afirmando que toda a área será ocupada com soja e milho, mas elas podem ser usadas para outras culturas produtivas”, explicou.

O que é Integração Lavoura-Pecuária?

Integração Lavoura-Pecuária é um sistema no qual parte da propriedade é usada para a criação de bois, com pastagens, e outra parte é aproveitada simultaneamente com outras culturas. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) designa que a técnica torna viável a recuperação de áreas alteradas ou degradadas. Para ocorrer, a integração precisa estar organizada em sistema que integre os componentes lavoura, pecuária e/ou floresta, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área. A técnica permite a exploração econômica do solo durante todo o ano, favorecendo o aumento na oferta de grãos, de carne e de leite a um custo mais baixo.

Ao longo da palestra, Giovani Ferreira disse que o Brasil é um dos poucos países do mundo com área suficiente para expandir a produção sem a necessidade de desmatar. “Dos 850 milhões de hectares disponíveis, 61% é de mata nativa. A pecuária ocupa 172 milhões, o agronegócio apenas 8,7% do total”, afirmou.

O coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo ressaltou que em 2050, o mundo terá 9 bilhões de habitantes, e apenas 1,8 hectare produtivo para cada um. “O único lugar com área disponível é o Brasil, por isso precisamos de eficiência, planejamento e tecnologia. Precisamos aproveitar e explorar nossa vocação natural, que é a agricultura”.

Segundo o palestrante, em momentos de crise, é o campo que sustenta a economia. “Parte do futuro do Mato Grosso do Sul e do Brasil passa pelo agronegócio. Apenas aqui no estado, essa nova área de 1 milhão de hectares poderia produzir 1,5 milhão de toneladas de soja e 1,3 milhão de milho”, estimou.

Mercado

O consultor de gerenciamento de risco da INTL FCStone, Jorge Gracioli, apresentou um panorama internacional do mercado de soja e milho. Atualmente, os estoques globais das duas commodities estão elevados. Para Gracioli, isso indica que os preços não vão subir como no ano anterior. “Quem quiser ter uma estimava de preços precisa ficar de olho nos estoques dos Estados Unidos. Como é o maior produtor mundial de grãos, costuma ser a maior referência. Se os estoques estão elevados, os preços costumam ser mais baixos”, esclareceu.

De acordo com o consultor, o produtor brasileiro terá de exercitar a paciência e ser inteligente. “Muitos querem ouvir apenas notícias boas, mas não é realidade do mercado. É melhor ter a certeza de melhores resultados do que ser frustrado. Será necessário ter disciplina e não perder o foco para fechar os melhores negócios. Acompanhar as informações e buscar sempre rentabilidade, embora o lucro seja menor”.

Um exemplo usado pelo consultor foi o milho. “O ano passado, quando a saca atingiu preços altos foi atípico. O milho sempre esteve com um terço do preço da soja. E nós notamos que valores estão voltando para o patamar normal. E neste ano é muito provável que essa seja a realidade”, conta. “Às vezes, é melhor focar nas margens do que no preço”.

  • Deodápolis, no Mato Grosso do Sul, recebeu o quarto Seminário Expedição Safra 2016/17.
  • O coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, disse que o Brasil vai ser o celeiro do mundo .
  • Ao longo da palestra, Giovani Ferreira disse que o Brasil é um dos poucos países do mundo com área suficiente para expandir a produção sem a necessidade de desmatar.
  • “Dos 850 milhões de hectares disponíveis, 61% é de mata nativa. A pecuária ocupa 172 milhões, o agronegócio apenas 8,7% do total. Em cinco anos, podemos dobrar. Parece muito tempo, mas é amanhã”, afirmou.
  • Segundo o presidente da Coasul, Yoshihiro Hakamada, a cooperativa movimentou R$ 1 bilhão no ano passado, resultado que esperado apenas para 2020.
  • O superintende da cooperativa Gervásio Katamini fez uma referência à Expedição Safra, que há dez anos passa pela região.
  • O consultor de gerenciamento de risco da INTL FCStone, Jorge Gracioli, apresentou um panorama internacional do mercado de soja e milho.
  • ““Muitos querem ouvir apenas notícias boas, mas não é realidade do mercado. É melhor ter a certeza de melhores resultados do que ser frustrado”, disse Gracioli.
  • O evento em Deodápolis faz parte de uma série de sete encontros que ocorrem durante os roteiros feitos pela Expedição.
  • Todos os anos são mais de 60 mil quilômetros rodados pelo Brasil e pelo mundo para investigar os desafios do agronegócio.
  • Os três primeiros seminários foram em Cruz Alta (RS), Barreiras (BA) e Brasília (DF). O lançamento do projeto foi em Rondonópolis, em dezembro.

Copasul

Uma das maiores cooperativas do Mato Grosso do Sul, a Copasul perdeu o presidente Sakae Kamitani, aos 86 anos, no fim de janeiro. O novo presidente, Yoshihiro Hakamada, lamentou a morte do antigo mandatário, mas reforçou o legado que ele deixou com uma notícia surpreendente: a cooperativa movimentou R$ 1 bilhão no ano passado, resultado que esperado apenas para 2020. “O trabalho de Copasul continua. Nossos cooperados, agricultores e produtores podem continuar confiando no nosso trabalho”.

O superintende da cooperativa Gervásio Katamini fez uma referência à Expedição Safra, que há dez anos passa pela região. E também aproveitou para mandar um recado para os produtores. “Vamos aproveitar as informações que recebemos aqui para ter uma ótima colheita e um excelente plantio de safrinha. Agradecemos a confiança de nossos cooperados e vamos continuar trabalhando para termos excelentes resultados no campo”.

Seminários

O evento em Deodápolis faz parte de uma série de sete encontros que ocorrem durante os roteiros feitos pela Expedição. Todos os anos são mais de 60 mil quilômetros rodados pelo Brasil e pelo mundo para investigar os desafios do agronegócio. Os três primeiros seminários foram em Cruz Alta (RS), Barreiras (BA) e Brasília (DF). O lançamento do projeto foi em Rondonópolis, em dezembro.

O que é integração lavoura-pecuária?

Integração Lavoura-Pecuária é um sistema no qual parte da propriedade é usada para a criação de bois, com pastagens, e outra parte é aproveitada simultaneamente com outras culturas. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) designa que a técnica torna viável a recuperação de áreas alteradas ou degradadas. Para ocorrer, a integração precisa estar organizada em sistema que integre os componentes lavoura, pecuária e/ou floresta, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área. A técnica permite a exploração econômica do solo durante todo o ano, favorecendo o aumento na oferta de grãos, de carne e de leite a um custo mais baixo.

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