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Aurélio Rocha, proprietário da área que tem 1,5 mil hectares de soja já semeados (além de psicultura e produção de gado de corte), conta que teve um salto de 20% nos custos de produção da soja. | Felipe Rosa/TRIBUNA DO PARANA
Aurélio Rocha, proprietário da área que tem 1,5 mil hectares de soja já semeados (além de psicultura e produção de gado de corte), conta que teve um salto de 20% nos custos de produção da soja.| Foto: Felipe Rosa/TRIBUNA DO PARANA

O aumento do custo de produção da soja é o que deixa mais atentos os produtores da região de Dourados, no Mato Grosso do Sul. A Expedição Safra constatou nesta quarta-feira (2) que, da implantação à colheita, uma lavoura da leguminosa nos municípios dessa área do estado vai custar em 2016/17, em média, R$ 2 mil/hectare. No ciclo 15/16 o preço era de R$ 1,5 mil/hectare, ou seja, acréscimo de 35%. A situação coloca o mercado local em alerta, pois serão necessários bons preços na hora de vender, além de uma produtividade alta para garantir uma boa margem aos agricultores.

Angelo Cesar Ajala Ximenes, engenheiro agrônomo consultor da Coperplan, explica que o motivo principal desse aumento é o gasto com insumos, mas não apenas por causa do preço nominal. Segundo o consultor, ervas daninhas como a buva e o armagoso têm ficado mais resistentes e agora exigem mais aplicações de defensivos agrícolas. “Aquele agricultor que não faz um manejo adequado, que não tem uma rotação de cultura ideal, precisa logo na arrancada fazer três aplicações de defensivo apenas para controlar as ervas daninhas e poder entrar com o plantio”, relata.

Na Fazenda Anallu, em Deodápolis (a 80 km de Dourados), o manejo correto em uma propriedade impecável não deu chance às ervas daninhas e a outras pragas até agora. Mesmo assim, Aurélio Rocha, proprietário da área que tem 1,5 mil hectares de soja já semeados (além de psicultura e produção de gado de corte), conta que teve um salto de 20% nos custos de produção da soja (de R$ 1,8 mil/hectare para R$ 2,2 mil/hectare). Mas o aumento 15% menor nos custos da lavoura do que a média da região não foi por acaso.

Enquanto a média de aumento da região foi de mais de 35%, ele conseguiu minimizar o aumento comprando os insumos antecipadamente com preços menores. Ele, que também trabalha no mercado de compra e venda de grãos e tem até uma revenda de combustível de aviação, acredita que falta aos produtores planejamento e conhecimento sobre a dinâmica do mercado. “Agora, por exemplo, com base no mercado, acho que não é a hora de comprar insumos para o milho safrinha. Precisamos dessa leitura para apostarmos certo tanto na hora de plantio quanto na hora de vender a safra”, diz o empresário que já comercializou 100% da sua soja quando o preço estava quase R$ 80 a saca. Hoje, em Dourados, a saca está R$ 62.

Tudo nas mãos do clima

Angelo Ximenes atua com assistência técnica em uma área de 80 mil hectares de soja, que hoje está com 95% do plantio finalizado e em desenvolvimento dentro do esperado. As máquinas começam a ir a campo na região no dia 15 de setembro e o plantio termina na primeira semana de novembro. Ele estima que a situação reflita os cerca de 550 mil hectares da região de Dourados. “O fator clima sempre nos preocupa, e esse ano com a possibilidade de concentração de chuvas estamos na expectativa sobre como será o desenvolvimento das lavouras”, aponta. Até o momento, chuvas isoladas caíram na região e as plantas estão em bom desenvolvimento.

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