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Transporte de  árvores jabuticabeiras foi feito via terrestre de Antonina a Paranaguá. | Divulgação
Transporte de árvores jabuticabeiras foi feito via terrestre de Antonina a Paranaguá.| Foto: Divulgação

Dez “passageiros” diferentes embarcaram na última terça-feira (11) em um navio no Porto de Paranaguá, com destino ao porto de Ningbo, na China. Em uma operação inédita no Estado, estão sendo levadas árvores jabuticabeiras plantadas. A viagem deve durar perto de 40 dias.

Os envolvidos no processo garantem: esse tipo de operação não é comum e exige adaptação logística. “Para todo tipo de carga você precisa de uma solução adequada. Neste caso, foi utilizado um contêiner aberto com irrigação forçada para viagem”, afirma o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino.

Por se tratar de uma árvore nativa, foi preciso também a autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “É um desafio de ordem sanitária”, comenta Dividino. “É um projeto que vai nos trazer a oportunidade de contribuir para o plantio de árvores frutíferas brasileiras em solo chinês”, emenda Guilherme Mafra, diretor da DC Logistics Brasil, responsável pelo transporte da ‘carga viva’.

Chegada de uma das árvores jabuticabeiras ao Porto de Paranaguá. IvanBueno/Appa

Jabuticabeiras “tipo exportação”

Com seis metros cada, a princípio as árvores vão “morar” em Shangai, mas podem ser distribuídas e cultivadas no país asiático, segundo o especialista em cargas de madeira e responsável pela venda da operação, Leandro Ribinski. Ele revela que, antes de enviadas a Paranaguá, foi realizado um processo de tratamento em Antonina.

Paranaguá se especializa em grandes cargas

Segundo o diretor-presidente da Appa, o Porto de Paranaguá vem se especializando em grandes transportes. “Temos ferramentas e condições para movimentar qualquer tipo de carga. Nos últimos dois anos fizemos um processo de demolição de antigos armazéns obsoletos e criamos grandes pátios. Assim, oferecemos condições logísticas para cargas diferentes, como hélices de geração de energia eólica, grandes máquinas e as jabuticabeiras”, exemplifica Luiz Henrique Dividino. A área tem 30 mil metros quadrados e contou com obras de reforço em um total de R$ 89 milhões em investimentos.

“As jabuticabeiras foram plantadas em várias regiões do estado e passaram por um procedimento especial em Antonina, com um composto químico, para aguentarem o deslocamento até a Ásia”, explica o profissional, também da DC Logistics.

Após esse procedimento, as encomendas foram levadas via terrestre ao porto parnanguara. Administradora do Terminal de Contêineres de Paranaguá, a empresa TPC comunicou através de nota que as árvores já chegaram em contêineres especiais. Com isso, o embarque foi feito diretamente no navio, sem precisar que as árvores ficassem alocadas em um local de espera.

“Como essa carga precisa de sol, é colocada na parte de cima dos contêineres que estão sendo levados à China e também para que as árvores sejam as primeiras a serem descarregadas”, informa Dividino.

Ribinski conta ainda que se os vegetais chegarem em boas condições e “vingarem” em solo chinês, a tendência é de ampliar essa modalidade de exportação, podendo chegar a 2 mil árvores “Made in Brazil” exportadas em até dez anos para o país asiático.

A chance de prosperar é alta. Nativa do Brasil, a jabuticabeira tem por característica a fácil adaptação em locais com temperatura entre 20º e 30º. Apesar disso, o vegetal pode demorar entre 10 e 15 anos para dar frutos.

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