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Nesta sexta-feira milhares de pessoas participaram de um ato cívico de apoio ao movimento dos caminhoneiros em Palotina, no Oeste do Paraná.

A manifestação, realizada antes de o presidente Michel Temer anunciar ação de forças de segurança para desobstruir as estradas, teve hino nacional cantado em praça pública e ganhou significado que extrapola os limites do município. Palotina é polo agropecuário regional e sede da cooperativa C.Vale, que tem quase vinte mil produtores associados, nove mil funcionários e fatura R$ 6,9 bilhões por ano na comercialização e transformação industrial de soja, milho, leite, frango, suínos e peixes.

“Toda a cidade está com os caminhoneiros. O apoio é total em nossa região”, diz Gerson Araldi, criador de aves e produtor de leite, duas das atividades agrícolas mais impactadas pelo bloqueio das rodovias. O agricultor diz que os prejuízos ainda são pequenos por que há um bom entendimento com os caminhoneiros. “Eles estão deixando passar ração para abastecer os aviários e até caminhão de gás para não deixar os pintainhos morrer de frio. O movimento aqui está tendo muito bom senso”, conta Araldi.

O produtor tem conseguido entregar 1200 litros de leite produzidos diariamente no terminal de recepção da Frimesa, a 50 km de distância. Os aviários estão com pintainhos de 15 dias, então, ainda há margem para administrar a situação. Segundo Araldi, a cooperativa tem estoque de ração para mais alguns dias e, quando acabar, ainda será possível dar milho aos frangos.

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“A nossa indignação é contra a classe política. Eles não se deram conta da real situação do País. Querem mexer numa coisa ou outra, adotar uma medida paliativa, em nenhum momento falam em cortar benefícios da parte deles, como cargos de confiança ou extinção de ministérios”, afirma.

Outro produtor de Palotina, Luciano Miotto, disse que diminuiu a qualidade da ração dos frangos, por falta de ingredientes para engorda. “Estamos dando ração apenas para saciar a fome das aves, não é para ganhar peso. Muitos produtos usados nos compostos de ração estão parados no porto”, revela.

Segundo Miotto, o clima de cooperação entre caminhoneiros e produtores rurais é extensivo para vários municípios da região, como Marechal Cândido Rondon e Medianeira. “O comércio fechou por uma hora hoje de manhã em apoio aos caminhoneiros. A situação tende a se deteriorar, mas o apoio da sociedade é grande. A visão por aqui é que o pessoal da cidade precisa valorizar o caminhoneiro e quem produz”.

As cooperativas do Paraná detêm 40% da produção de frango no estado, que é o maior produtor do País. São 2,31 milhões de aves que deixaram de ser abatidas, diariamente. Na suinocultura, onde as coooperativas detêm 57% da produção, estão sendo interrompidos 12.700 abates diariamente.

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