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Câmeras de alta definição garantem 100% de reconhecimento | Divulgação/Cainthus
Câmeras de alta definição garantem 100% de reconhecimento| Foto: Divulgação/Cainthus

A Cargill, maior empresa de alimentos do mundo, associou-se a uma startup irlandesa que utiliza a tecnologia do reconhecimento facial de vacas para aumentar a produtividade de leite.

A companhia americana comprou uma participação minoritária na Cainthus. A startup utiliza inteligência artificial e técnicas de leitura de imagens para saber tudo sobre vacas, do seu comportamento à saúde e ao apetite. David Hunt, presidente e fundador da Cainthus confirmou o negócio, mas não revelou detalhes financeiros.

O software acoplado a câmeras 4K identifica cada vaca do rebanho e forma um banco de dados sobre quantidade de alimento e água ingeridos, temperatura corporal e padrões de comportamento. A ferramenta provê ainda análises para subsidiar os produtores na tomada de decisões que podem impactar a produção de leite, a gestão do ciclo reprodutivo dos animais e a saúde das vacas, de forma geral.

Antes da parceria com a Cargill, em entrevista ao site TechRepublic, Hunt explicou que a tecnologia de reconhecimento facial tem como alvo propriedades leiteiras com pelo menos duas mil vacas. Ao usar o software, “você sabe o que está acontecendo com cada vaca da propriedade, em cada segundo do dia”.

As câmeras identificam e diferenciam qualquer vaca, mesmo aquelas que tenham, por exemplo, o rosto todo negro ou branco. Isso por que as lentes podem ler mínimas nuances de cor e pelagem.

Leitura digital captura e analisa, também, sinais de doença e estresse eDivulgação

O acompanhamento e registro das atividades bovinas acontece, inclusive, à noite, horário preferido das vacas para se alimentarem. Dá para saber se o animal está com problemas de apetite e identificar comportamento agressivo. Hunt observa que “as vacas brigam muito mais do que a gente imagina, e o impacto dessas brigas pode ser significativo na produção”.

As pesquisas indicam que as vacas são mais felizes quando não há pessoas por perto, já que elas enxergam os seres humanos como predadores. Então, nada melhor do que uma máquina para identificar quando um animal está doente, machucado ou sem apetite. “Para mim, a melhor propriedade leiteira do mundo é aquela em que os seres humanos quase nunca precisam entrar. E a única foram de mudar isso é utilizar cada vez mais robôs na operação”, diz Hunt.

Segundo o diretor da Cainthus, que tem sede em Dublin, a empresa preferiu se associar à Cargill, em vez de receber aportes de fundos de investimento, por causa da expertise dos americanos na área agrícola. A Cargill pertence à mesma família que fundou a empresa, 153 anos atrás, e está entre os maiores traders globais de grãos e produtores de carne.

Em anos recentes, a Cargill vem reorganizando as áreas de negócio para ter uma presença mais forte no mundo da tecnologia agrícola. No mês passado, anunciou parceria com outras empresas para criar um acelerador de startups voltado a novas tecnologias de alimentos. O foco da empresa é detectar no mercado avanços que possam ajudar no enfrentamento dos grandes desafios da agricultura, como o crescimento populacional, falta de mão de obra e preocupações do consumidor sobre como os alimentos são produzidos e transformados.

Trata-se de descobrir “como fazer algumas das mesmas coisas” mas “de uma maneira mais eficiente”, diz SriRaj Kantammeni, diretor de novos negócios digitais.

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