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Tendência é de novo aumento dos pagamentos na produção leiteira, segundo levantamento do Cepea | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Tendência é de novo aumento dos pagamentos na produção leiteira, segundo levantamento do Cepea| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Pelo segundo mês seguido, os produtores de leite receberam mais pela produção. O preço subiu 1,4%, conforme a última pesquisa do Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. O levantamento compara os meses de fevereiro e janeiro. Comparado a março de 2016, o valor médio líquido (sem frete e impostos) foi 13,4% superior, totalizando R$ 1,23 por litro.

O avanço está diretamente relacionado ao avanço da entressafra do produto. Conforme o levantamento, a captação de leite foi 3,1% menor - terceiro mês consecutivo de queda. A redução deve seguir especialmente nas regiões do Sudeste e Centro Oeste, explicou à Gazeta do Povo a especialista do Cepea para a área leiteira, Natalia Grigol.

A pesquisadora diz que o Sul deve manter boa produção no inverno, já que a alimentação do rebanho é feita em grande parte por aveia e azevém. “Até setembro e outubro, a pastagem fica mais fraca no Sudeste e prejudica a alimentação do rebanho”, constata.

A tendência é de novo aumento dos pagamentos na produção leiteira, na opinião de 40% dos representantes da indústria de laticínios consultados pelo Cepea em março. Para outros 34%, deve haver estabilidade de preços.

Preço do leite

Ainda que a indústria acolha a elevação do valor ao produtor, Natalia Grigol não acredita em uma disparada do preço do leite no mercado consumidor. “O valor já está alto devido ao ano passado e não tem mais como subir tanto. Como o consumidor está com fraco poder de compra, isso limita a alta da matéria prima”, opina.

Exportações crescem, faturamento cai

O Brasil exportou quase US$ 11 milhões em produtos lácteos em março de 2017, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Este faturamento é 15% menor que fevereiro. Porém, a quantidade de toneladas embarcadas cresceu 28,5%. Os principais países compradores de produtos lácteos foram: Arábia Saudita (26%), Estados Unidos (11,5%) e Emirados Árabes (9,5%).

A especialista diz que, nessa situação, o consumidor acaba comprando menos produtos lácteos devido a alta de preços, deixando “de lado” produtos como iogurtes e queijos. “O que menos sofre é o leite longa vida, que faz parte do hábito alimentar e da cesta básica”, destaca.

Outro fator que afeta diretamente o mercado produtor é a importação de diferentes tipos de leite, que aumentou 76% no Brasil no primeiro trimestre 2017, conforme dados da Secretária de Comércio Exterior, do Governo Federal.

“O Brasil é grande importador de leite em pó e, normalmente, existe a preocupação do setor nacional porque os preços dos importados são mais atrativos”, diz Natalia.

Uma informação positiva para os produtores é que a produção leiteira na Argentina e no Uruguai pode ser menor neste ano, observa a pesquisadora.

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