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O conceito segue a receita que moldará a mobilidade nas ruas em breve: conectividade, propulsão elétrica, compartilhamento e, principalmente, direção autônoma. Também antecipa o que poderá ser o seu primeiro exemplar com zero de emissão de poluentes da Mercedes. | Renyere Trovão/Gazeta do  Povo
O conceito segue a receita que moldará a mobilidade nas ruas em breve: conectividade, propulsão elétrica, compartilhamento e, principalmente, direção autônoma. Também antecipa o que poderá ser o seu primeiro exemplar com zero de emissão de poluentes da Mercedes.| Foto: Renyere Trovão/Gazeta do Povo

Depois de quatro edições voltadas para veículos mais econômicos, para os combustíveis alternativos e para a conexão à internet, o Salão do Automóvel de Paris 2016 exibiu um novo protagonista: o veículo autônomo.

Nada menos de 19 montadoras e fornecedores apresentaram promessas de carros dirigidos por computador - realidade que, segundo os mais otimistas, pode chegar ao público em 2022.

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O Mundial do Automóvel, nome oficial do mais antigo e visitado salão do setor do planeta, encerrou a 119.ª edição neste domingo (16) em clima de otimismo, com vendas em alta na Europa, virando a página da crise iniciada em 2007.

Superada a turbulência que ameaçou a sobrevivência de grandes marcas, em 2016 o evento reflete a preocupação das montadoras em realizar sua própria revolução digital, de forma a lhes garantir um futuro.

E nada mais importante do que mostrar um máximo de tecnologia embarcada, cujo símbolo é o automóvel autônomo.

O ID Concept será pioneiro na Volkswagen em diversas tecnologias, entre elas a da condução autônoma total, de nível 4. O protótipo atualmente está no nível 2 na escala da automação, mas daqui a quatro anos, quando chegar ao mercado, a marca projeta que ele consiga rodar em nível 3, sem a interferência do motorista, porém dentro de certas restrições.Renyere Trovão/Gazeta do Povo

Pelos corredores de Porte de Versailles, as pessoas testemunharam os investimentos em veículos inteligentes, que dispensam o condutor e são, segundo seus fabricantes, mais seguros.

A americana Tesla, do bilionário Elon Musk, afirma ser capaz de apresentar o veículo sem motorista a partir de 2018. Já a coreana Hyundai é mais comedida: prevê a comercialização para 2030. Entre um e outro, a maioria das montadoras cogita oferecer os automóveis autônomos por volta de 2020 ou em 2021.

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O otimismo é concreto porque empresas de tecnologia como Google, Tesla e Uber têm investido bilhões em pesquisa e desenvolvimento, o que obriga as montadoras tradicionais a correr atrás do tempo perdido.

Em Paris, o grupo PSA, que reúne as marcas Peugeot, Citroën e DS, apresentou sua nova marca de veículos tecnológicos, o Free2Move, focada em serviços de mobilidade. “Sabemos que somos um dinossauro, mas não queremos desaparecer”, afirmou o diretor-presidente, Carlos Tavares.

Soluções semelhantes foram apresentadas por construtores de luxo, como Audi, ou mesmo por marcas coadjuvantes no mercado, como a checa Skoda ou a espanhola Seat. A Tesla mostra sua tecnologia AutoPilot, enquanto a startup Drive.ai ostenta em seu portfólio clientes gigantes como Google, GM e Nissan.

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A corrida é para decidir que montadora terá o primeiro veículo sem condutor rodando nas ruas. Mas uma série de dificuldades de ordem legal ainda impede que os testes já realizados em rodovias dos Estados Unidos e da Europa cheguem às concessionárias.

Um exemplo: se o automóvel não tem motorista, quem pagará a conta de eventuais processos por acidentes: a montadora ou o criador dos algoritmos que orientam a navegação do veículo?

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Multiplicação dos elétricos

Enquanto a revolução dos automóveis autônomos ou semiautônomos não se concretiza, em Paris duas tendências se confirmaram: a primeira é a multiplicação dos lançamentos de veículos movidos a energia elétrica.

Um exemplo é a alemã Volkswagen, centro do escândalo de fraudes nas emissões de poluentes em motores a diesel. Investindo para reverter a imagem, a montadora apresentou seus dois maiores sucessos, Passat e Golf, agora movidos a eletricidade.

Nova versão do Renault Zoe, com o dobro de autonomia da bateria.Newspress/Divulgação

Embora para muitos ainda seja difícil confiar na empresa, a Volks promete autonomia de até 600 quilômetros sem reabastecimento - bem mais do que os 400 quilômetros projetados pela Renault, que apresentou a nova versão da Zoe.

O objetivo da montadora alemã é fazer o cliente esquecer o passado. Questionado sobre se a Volks paga sozinha pelos erros de todas as montadoras, Matthias Müller, presidente do grupo, não hesita: “Honestamente, eu acredito que sim.”

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A segunda tendência em Paris é uma reafirmação: a onda já vinha crescendo em 2014, mas as SUVs agora de fato conquistaram a Europa, após anos de resistência.

Peugeot, com as versões 3008 e 5008, chega para enfrentar Kazar e Koleos, da rival Renault. Outros exemplos: Audi Q5 ou Land Rover Discovery, prova de que os veículos 4x4 estão de fato tomando as ruas também em solo europeu.

O SUV 5008 é uma das estrelas da Peugeot em Paris.Newspress/Divulgação

Embora seja, ao lado do Salão de Frankfurt, um dos eventos mais emblemáticos do setor, o Salão de Paris também enfrentou sua própria transformação. Montadoras como Ford, Mazda, Volvo, Bentley e Aston Martin preferiram não se apresentaram - sinal das mudanças no setor.

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