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 | Marco Antonio Fransolin Peres/Divulgação
| Foto: Marco Antonio Fransolin Peres/Divulgação

O carro mais antigo no Paraná ainda circulação completa 100 anos em 2016. O Ford T Roadster Runabout 1916 do médico Luiz Ernesto Wendler, 60 anos, é uma raridade bastante conhecida no universo antigomobilista no estado e também das ruas de Campo Largo, onde reside o seu proprietário. A cada 15 dias, o colecionador utiliza seu modelo ‘Bigode’ para ir de casa ao trabalho, percorrendo cerca de 5 quilômetros no trecho ida e volta.

Neste sábado (18), o centenário veículo será visto mais uma vez rodando pelo centro da cidade vizinha a Curitiba em companhia de outras dezenas de ‘Fordinhos’ do mesmo período. Wendler organizou uma grande festa com os colegas do Veteran Car Club do Paraná para comemorar o aniversário do seu xodó, que se destaca entre os inúmeros veículos da primeira metade do século passado que repousam em sua nostálgica garagem.

“Reunirei vários casais, todos vestidos com roupas da época e dirigindo seus Fords. Primeiro faremos uma feijoada em casa e à tarde passearemos em carreata pelas principais ruas de Campo Largo”, informa o médico.

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O modelo ‘T’ foi o primeiro carro produzido em massa, de 1908 a 1927, com quase 17 milhões de unidades. O motor de 4 cilindros rende 20 cv e alcança 75 km/h de velocidade máxima. Porém, da versão Roadster Runabout foram feitas apenas 1.174 unidades, por isso tornou-se um modelo bastante cobiçado. Como curiosidade, é o mesmo modelo usado pela Vovó Donalda, personagem dos quadrinhos criada por Walt Disney.

O carro se destaca pela dificuldade em dirigi-lo. O acelerador fica na alavanca de mão, que mais parece um bigode, daí o apelido, e a troca de marchas (de duas velocidades, além da ré) é efetuada no pedal esquerdo. “Não há câmbio de marchas. A mudança é feita com o pé. Uso o pé esquerdo para efetuar a troca e também para frear, o que torna a condução bem complicada”, explica.

Todo esse contorcionismo para guiar o carro teria sido o motivo que levou uma família dos Estados Unidos a vender a relíquia após a morte do patriarca e dono do exemplar. “Adquiri o Ford em um leilão virtual há cerca de cinco anos. Fiquei dando lance durante três dias até arrematá-lo”, conta.

Marco Antonio Fransolin Peres/Divulgação

Apesar do bom estado do conversível, o colecionador precisou importar várias peças dos EUA durante o processo de restauração, que levou dois anos. Trouxe de fora carburador, radiador, bomba d’água, tampa do motor, lanternas, entre outros. “ Todos componentes originais, que ainda podem ser encontrados no mercado paralelo norte-americano”, salienta.

O Ford T tem algumas particularidades, comuns aos veículos da época, como roda de madeira, partida a manivela, porta apenas para o passageiro - naquela época, o modelo era bastante usado pelo dono com motorista particular - e faróis e lanternas a dínamo - como não havia bateria, a iluminação do carro vinha da eletricidade gerada pela energia mecânica. “Dois lampiões a gás [nas extremidades laterais do para-brisa] eram usados à noite até que os faróis acendessem “, finaliza Wendler.

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