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| Foto: Guilherme Paixão/Arte

Que tal pagar R$ 17,7 mil por um Chevrolet Onix zero km em vez dos R$ 39,2 mil cobrados conforme a tabela do modelo ou desembolsar R$ 49,4 mil por um Honda HR-V novinho e não os R$ 78,7 mil pedidos pela versão de entrada? Difícil de acreditar num desconto tão generoso assim, né! Pois, esses valores bem mais atraentes estão isentos da carga tributária que pesa sobre os preços dos automóveis no país.

E eles podem ser ainda menores se deduzidos uma parcela do custo de produção ou ‘custo Brasil’ (insumos, energia, mão de obra, logística e demais gastos de operação) e da margem de lucro das montadoras.

Números estes que as marcas não divulgam, mas segundo um estudo divulgado pelo Sindipeças (sindicato dos fabricantes de autopeças), e noticiado pelo blog O Mundo em Movimento, do jornalista Joel Leite, a margem de lucro das fabricantes no Brasil alcançaria 10% sobre o valor ao consumidor, acima da média mundial que seria de 5% e nos Estados Unidos, de 3%.

No mesmo levantamento, ainda, conforme o blog, o custo de produção do veículo no Brasil é equivalente a 58% do preço final do automóvel. A média mundial é maior, de 79%, e nos EUA, esse custo salta para uma faixa entre 88% e 91%.

Tributação

Entre os principais impostos que incidem sobre os veículos estão ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), de 12%, IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), de 5% a 11%, PIS, de 1,65%, Cofins, de 7,60%, além de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) e ISS (Imposto sobre Serviços), que somam de 8,87% a 9,57%, entre outros encargos menores.

Segundo declarou o ex-presidente da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos) Luiz Moan em fevereiro deste ano, os impostos (ICMS, PIS/Cofins e IPI, além de outras tributações menores como IOF, Cide, INSS e ISS) representam de 37,2% a 54,8% do preço cobrado pelos automóveis feitos em solo brasileiro.

O Honda HR-V, como 1.8 flex, possui um carga tributária

Já nos modelos vindos de fora há ainda a incidência do IPI majorado em 30%, do imposto de importação de 35% - exceção às unidades produzidas no Mercosul e México, pelo acordo comercial entre os governos -, das taxas aduaneiras e do frete de importação.

A Lei 12.741/2012, conhecida como ‘Leia da Transparência’, obriga as concessionárias e montadoras a descreverem os percentuais de impostos que estão embutidos nos preços dos produtos na nota fiscal. Caso descumpram, podem pagar uma multa que varia de R$ 400 a R$ 7 milhões.

Calculamos como seriam os valores aproximados dos dez modelos mais emplacados no Brasil levando em conta os índices mínimos e máximos apresentados pela Anfavea. O top 10 de vendas só tem modelos feitos no país.

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