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Projeto contou com a participação de 47 motociclistas durante o passeio de Ponta Grossa a Antonina. | Fotos: Divulgação
Projeto contou com a participação de 47 motociclistas durante o passeio de Ponta Grossa a Antonina.| Foto: Fotos: Divulgação

No fim de semana passado (22 e 23), o escritor Dalton Machuca, 60 anos, de Curitiba, acompanhado de um grupo de motociclistas, decidiu refazer uma viagem histórica ocorrida há quase 100 anos.

Formado por donos de modelos da Harley-Davidson, integrantes do HOG The One Curitiba, o passeio reeditou o trajeto feito por Ricardo Wagner e Affonso Frederico Lange em 1923 entre Ponta Grossa e Antonina.

A aventura dos dois amigos encarando vias de terra, areia, pedras e, com sorte, algum pavimento em uma época em que praticamente não havia estrada trafegável, foi o primeiro registro no Paraná de um ‘bate & fica’, como são conhecidos os passeios de moto entre uma cidade e outra, com parada para dormir no local - também há o bate & volta, quando o retorno acontece no mesmo dia.

O grupo HOG The One Curitiba celebra o passeio em Antonina.

Os registros fotográficos da dupla são as imagens mais antigas de que se tem notícia de uma Harley circulando pelo estado.

Wagner pilotava um 16-F Twin, ano 1916. Já Lage rodou com Indian, a concorrente centenária da Harley, provavelmente ano 1919.

A epopeia foi reeditada por 47 motocicletas, que partiram às 10h30 de sábado de Ponta Grossa em direção à Curitiba pela antiga Estrada do Mato Grosso. Ela cortava Palmeira, São Luiz do Purunã e Campo Largo. Na primeira metade do século passado era uma importante via de ligação da capital paranaense com os estados de São Paulo e Mato Grosso.

Escritor Dalton Machuca,responsável por recriar a viagem de 1923.Divulgação

Segundo Dalton, o plano original era atravessar Curitiba pelo mesmo caminho de 1923, porém, como a escolta policial que acompanhava o comboio não era suficiente, a solução foi seguir pelo Contorno Leste até a saída para Antonina pela Estrada da Graciosa.

“A descida foi feita com as motocicletas em fila única. Paramos no Mirante para apreciarmos a Baía de Antonina e de Paranaguá”, relata o idealizador do projeto.

Às 17h, o trajeto até em Antonina fora cumprido. No dia seguinte, às 10h, o grupo pegou o caminho de volta. A chegada na antiga Estação Ferroviária de Ponta Grossa ocorreu às 17h e do total de motociclistas que partiram, 27 cumpriram a volta. Dalton explica que muitos preferiram ficar em Curitiba, onde moravam. “O passeio ocorreu sem imprevistos, salvo a forte chuva que encaramos no retorno, exatamente como acontecera 92 anos atrás com Wagner e Lange”, finaliza .

Ricardo Wagner (esq.) conduziu um Harley 1916 e Frederico Lage, uma Indian 1919 . Reprodução / Arquivo de família
Rio Lajeado ou dos Papagaios, em Palmeira (23/8/1923).Reprodução/ Arquivo de família
Frederico Lange (à esq.) e Ricardo Wagner na Estrada da Graciosa. (24/8/1923)Reprodução/ Arquivo de família
Mapa com o trajeto da viagem de Ponta Grossa a Antonina.
Grupo concentrado em Ponta Grossa, na noite anterior à saída.
Parada do comboio no mirante da Estrada da Graciosa.
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