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Funcionária trabalha em escritório da marca: maior participação feminina. | Divulgação/
Renault
Funcionária trabalha em escritório da marca: maior participação feminina.| Foto: Divulgação/ Renault

De espaço para maquiagem a sistemas inteligentes

No projeto desenvolvido pela Renault no Salão de São Paulo para avaliar o que as mulheres procuram em um veículo, tudo foi analisado: desde a composição e as texturas dos bancos até cores e odores. O relatório foi extenso e indicou tanto necessidades do universo feminino, como a presença de um compartimento para guardar a maquiagem com isolamento térmico – para que assim o calor não danifique os produtos –; até outras mudanças que dizem respeito a todos os condutores, como sistemas de conectividade que orientem e avisem sobre a hora de fazer revisões, calibragens e a troca de óleo, por exemplo.

Para as mamães – e as futuras também –, percebeu-se a importância de o volante avançar e recuar para acomodar melhor as grávidas, já que grande parte dos compactos não traz esta opção nas configurações de entrada e intermediária. Se pensou ainda numa melhor posição para fixar a cadeirinha de bebê, que permita a elas observar a criança no trânsito. Alguns veículos numa faixa de preço superior a dos compactos vêm com a opção de espelho logo abaixo do retrovisor – o acessório também pode ser adquirido em lojas infantis.

Essas e outras considerações levantadas pelo grupo de colaboradoras foram encaminhadas à matriz na França para avaliação. “Se elas serão implementadas em algum produto futuro ou no próprio Sandero, ainda não sabemos, mas isso provavelmente ajudará na hora de criar um novo projeto, assim como ocorreu com o Captur”, frisa a líder brasileira do projeto Women@Renault, Sílvia Barcik.

Da próxima vez que um carro novo parar ao seu lado, olhe para ver quem está dirigindo. Se for mulher, saiba que elas respondem por quase 50% das compras dos zero quilômetro no Brasil. Se for um homem e estiver com a namorada, noiva ou esposa, provavelmente ele fez uma consulta à sua cara metade sobre qual é a melhor escolha para se pôr na garagem. E isso se não foi a própria quem ‘assinou o cheque’. Afinal, cerca de 80% das aquisições são influenciadas direta ou indiretamente pelo sexo feminino, segundo a consultoria Frost & Sullivan.

Baseada nessa constatação, a Renault começou a desenvolver produtos concebidos com a ajuda delas. E o primeiro desses projetos foi o Captur, modelo mais popular da empresa na Europa. Metade da equipe dedicada ao cruzamento da engenharia, design, marketing e vendas foi formada por mulheres – a maior quantidade para qualquer carro da marca.

Como consequência, o crossover compacto, previsto para desembarcar por aqui em breve, nasceu com soluções que também atendem às exigências do público feminino. “Não se trata de um carro cor-de-rosa e cheio de maquiagem, mas de um projeto equilibrado, voltado tanto para o homem quanto para a mulher. O Captur virou o ícone que melhor representa esta ideia”, diz Sílvia Barcik, gerente de Relações Institucionais e Governamentais da marca.

O modelo, por exemplo, possui uma gaveta abaixo do porta-luvas para armazenar bolsas, carteiras e outros objetos, evitando que eles fiquem em cima do banco e chamem a atenção de assaltantes. “O Captur traz ainda uma capa com abertura por zíper revestindo os assentos. Caso uma criança derrube comida ou vomite, é só retirá-la e colocar na máquina de lavar”, explica Sílvia, que também é a líder brasileira do Women@Renault, grupo formado por homens e mulheres com o objetivo de fortalecer a diversidade de gênero dentro da marca – uma iniciativa global disseminada nos países em que possui fábricas instaladas. Detalhes estéticos, de design, tecidos, iluminação e posição dos assentos refletem este equilíbrio de necessidades pensado para o crossover.

Mulheres ganham espaço nas montadoras

A aliança Renault-Nissan possui iniciativas para tornar a distribuição de cargos mais igualitária. No Japão, a Nissan criou em 2013 a rede de concessionárias Ladies First, que é majoritariamente gerida por mulheres. As lojas têm um visual diferente das demais e espaço para as crianças brincarem. A ideia é tornar a experiência de compra mais acolhedora.

Participação

Atualmente, a participação feminina nas empresas é de 20% na marca francesa e de 11% na japonesa, isso em todo o mundo. Na Renault do Brasil, a presença evoluiu de 7% para 12% nos últimos seis anos – ao todo, a montadora possui seis mil empregados.

Só na fábrica de motores daqui, o salto foi de 8% para 16% em dois anos. Segundo Sílvia Barcik, líder brasileira do projeto Women@Renault, 15% das posições de gestão no país são ocupadas pelo sexo feminino. “A diversidade enriquece uma decisão”, considera.

Inspirada no resultado alcançado pelo Captur, a Renault do Brasil desenvolveu uma ação no Salão de São Paulo, primeiramente em 2012, como experiência, e depois em 2014, com apontamentos concretos. Um grupo de 50 clientes foi convidado para visitar a feira e avaliar os concorrentes diretos do Sandero e do Sandero Stepway. A finalidade era buscar ideias que contribuíssem para a evolução do modelo de maior sucesso da Renault no país e, quem sabe, criar uma versão especial do modelo.

Segundo o chefe de Produtos da marca, Felipe Barbosa de Andrade, a escolha não foi por acaso, já que mais de 50% dos consumidores do hatch são mulheres, “especialmente do Stepway, que possui a suspensão elevada, o que transmite a sensação de proteção e de melhor visualização no trânsito”, ressalta.

  • Clientes foram até o Salão do Automóvel de São Paulo, no ano passado, para dar as suas impressões sobre os concorrentes do Sandero.
  • As mulheres também participaram de uma apresentação sobre o Captur, projeto em que elas tiveram papel determinante.
  • Hoje, o Captur é o maior sucesso da marca na Europa.
  • Interior do Renault Captur: ‘porta-treco’ é um dos itens mais apreciados por elas.
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