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 | Felipe RosaTribuna do Paraná
| Foto: Felipe RosaTribuna do Paraná

Frear ao se aproximar de um radar eletrônico e depois acelerar é uma atitude comum entre os motoristas brasileiros. Muitos só respeitam as placas de sinalização de velocidade quando se deparam com a fiscalização fixa, principalmente se a via for expressa, o que possibilita rodar acima do permitido. 

Em breve, frear apenas diante do radar não será suficiente. O condutor precisará manter a velocidade média exigida ou transitar abaixo dela para não ser multado. 

Conselho Nacional de Trânsito (Contran) já pediu autorização ao Ministério das Cidades para alterar o Código Brasileiro de Trânsito e normatizar a medição chamada de ‘velocidade média’. 

O sistema já está em funcionamento desde o início do mês em quatro grandes ruas de São Paulo em caráter de notificação, e não punitivo, até que o órgão federal baixe a resolução que regulamentará a fiscalização em todo o país. Mas continuam a flagrar e multar os veículos que passam acima da velocidade permitida.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET), a novidade vai gerar 53 mil notificações por semana e 9 mil por dia nas ruas paulistanas. 

O controle funciona da seguinte maneira: o radar faz a leitura das placas de todos os veículos que passam por determinado ponto da rua ou rodovia. Alguns quilômetros adiante outro radar realiza a mesma checagem. 

Os dois momentos captados são enviados a um computador que efetua o cálculo do tempo que o automóvel levou para percorrer o trecho em questão. 

Por exemplo numa via com máxima de 60 km/h e intervalo de 2 km entre os dois radares, o tempo mínimo para o carro cumprir o trecho deverá ser de 2,19 minutos - já considerando os 7 km/h a mais de tolerância no velocímetro. Se o veículo passar pelo segundo aparelho num tempo menor do que isso, será autuado. 

A nova fiscalização complicará a vida de quem tem o hábito de tirar o pé do acelerador somente ao se aproximar de radares. Uma alternativa para quem anda rápido demais seria buscar outra via antes de passar pelo segundo radar. Porém a medição está prevista para ocorrer em vias expressas e rodovias onde não há saídas ou vias marginais, como já acontece em São Paulo.

Outra maneira seria reduzir a velocidade após acelerar ou mesmo parar no acostamento.  Mais uma vez, a ideia é evitar a colocação dos dispositivos em locais sem acostamento ou espaço de recuo. 

Assim, a única alternativa ‘viável’ para os apressadinhos seria andar devagar após acelerar no início do trecho fiscalizado, porém tal medida exigiria uma medição mais complexa.

 

Supondo que o velocímetro vá a 80 km/h logo após cruzar aquele mesmo trecho de 2 km do exemplo acima. Percorrendo 1,5 km nesta velocidade, o condutor terá de rodar os últimos 500 metros a vagarosos 45,5 km/h – quase 15 km/h abaixo do limite permitido. É claro que ele precisará de um cronômetro e um copiloto atento para realizar os cálculos.

Ou seja, caso a ‘velocidade média’ entre em vigor e você cruze com uma trajeto fiscalizado, o melhor é obedecer as leis de trânsito do que recorrer a essas situações que, no fim, só vão atrasar mais a viagem.

Em alguns países, o sistema de velocidade média já foi implementado. Na Itália e na Inglaterra, por exemplo, verifiou-se a redução de até 19% no número de acidentes.

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Vale lembrar que freadas repentinas em radares pode ocasionar batidas traseiras e até colisões mais graves. Sem contar que a frenagem desgasta mais rápido os pneus e as pastilhas de freio, enquanto a aceleração aumenta o consumo de combustível. Já manter a velocidade constante evita todos esses problemas.

Curitiba testou os radares

Prefeitura CuritibaSMCS

Os radares de aferição de velocidade média também foram testados em Curitiba em 2014. O equipamento operou durante alguns meses até ser desativado. Durate o período foram registrados motoristas circulando bem acima do permitido (de 60 km/h). 

Um registro, inclusive, calculou uma velocidade médiade 117 km/h, com máxima de 150 km/h em algum ponto do percurso monitorado pelos dois radares.

De acordo com a Secretaria Municipal de Trânsito de Curitiba (Setran), a conclusão técnica feita na época era de que “a utilização do equipamento seria bem-vinda, uma vez que evita o comportamento do motorista que freia pontualmente nos radares.”

Porém a iniciativa foi arquivada, principalmente, por que não havia uma regulamentação vigente para a aplicação do dispositivo e nem a homologação desse tipo de equipamento pelo Inmetro. 

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