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A Volkswagen não para de anunciar novidades na tentativa de dar a volta por cima após o escândalo do ‘dieselgate’. Recentemente anunciou que pretende ser a líder mundial de carros elétricos antes de 2025. Agora revela que irá lançar a sua nova divisão de negócios digitais, batizada de Moia.

A intenção da marca alemã é rivalizar com o Uber ao oferecer um serviço de transporte individual sob demanda e compartilhado, que utilizaria somente veículos elétricos e personalizados, cobrando tarifa semelhante à de transporte público.

A fabricante até chegou a negociar com o Uber sobre uma possível cooperação, mas optou por virar um concorrente. A Volks já está de olho num potencial ainda maior de expansão com a popularização dos carros autônomos.

A modalidade está prevista para começar a operar partir do ano que vem em duas cidades da Alemanha (Berlim e Hamburgo), expandido depois para o restante da Europa, além de Estados Unidos e China. No futuro, o serviço chegaria a outros mercados do planeta.

Interior do Budd-e Concept.

O projeto nasceria a partir de um novo carro com essa finalidade e seria fabricado por uma das marcas do grupo VW, como a Seat, Audi ou a própria Volkswagen.

“O carro será construído pensado para este tipo de uso, então podemos considerar fácil acesso, bancos moduláveis, amplo espaço e propulsão elétrica”, destacou Ole Harms, CEO da Moia.

Uma possibilidade é o Budd-E, conceito mostrado recentemente no Salão de São Paulo e que seria a versão do futuro da nossa Kombi. O versão de série deverá ganhar as ruas até 2020.

Budd-e Concept.

“No médio e longo prazos, o Moia criará o tipo de serviço que atenderá às necessidades dos cidadãos urbanos, gerando uma receita de cerca de US$ 2 bilhões (R$ 7 bilhões) dentro de quatro anos”, afirmou Ole Harms, em entrevista à agência de notícias Reuters. A montadora projeta a liderança nesse novo segmento na Europa nos próximos dois anos.

Segundo Thomas Sedran, vice-presidente de estratégia da VW, nas grandes áreas urbanas do planeta existe uma tendência cada vez mais forte de evitar ter um veículo em casa, optando pela mobilidade compartilhada sob demanda, declarou ao jornal americano Financial Times.

A Moia entraria em operação em diversas cidades a partir de acordos de colaboração com autoridades locais, podendo, inclusive, substituir serviços de transporte público subutilizados e deficitários, complementou Sedran.

Este conceito contrasta com o visto no grupo norte-americano Uber , que entrou em novos mercados sem apoio das autoridades locais e criando muita polêmica com os serviços de táxis.

Bilhões investidos

A gigante do setor automotivo já havia investido no negócio de transporte de passageiros tornando-se no começo deste ano parceira da Gett, rival do Uber que opera na Europa e proprietária de mais da metade dos taxis de Londres. O investimento nesta dobradinha atingiu US$ 300 milhões (R$ 1,04 bilhão).

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Dessa vez, a VW deverá destinar bilhões de euros em serviços de transporte, carros autônomos e veículos puramente elétricos. A intenção é abocanhar uma fatia substancial da receita gerada pelo serviços de mobilidade digital até 2025.

Segundo publicou a Reuters, uma avaliação da consultoria A.T. Kearney aponta que a quantia direcionada ao mercado global de carros autônomos e serviços relacionados alcance US$ 50 bilhões em 2020 e a US$ 282 bilhões até 2030.

“Mesmo que nem todo mundo tenha um carro próprio no futuro, o Moia pode ajudar a manter todos como clientes de nossa empresa, de um jeito ou de outro”, afirmou o presidente da Volks, Matthias Müller, à agência internacional.

Com os investimentos, a Volkswagen pretende não só recuperar a imagem arranhada pelo escândalo dos motores a diesel adulterados, que lhe renderam bilhões em multas e processos judiciais, mas também recuperar o tempo perdido quando ignorou as alternativas de mobilidade e propulsão, há tempos explorados pelas rivais Mercedes-Benz e BMW.

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