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Jornalista e publicitário de profissão, Levy Fidélix chegou ao estúdio distribuindo adesivos com os singelos dizeres “Bigodão é a solução”. Rápido no gatilho, não foge de assunto nenhum, conserta erros, emenda um assunto no outro, aproveita para fazer campanha no meio das maiores saias-justas.

Sair de aperto, criar novos slogans e dar a volta por cima não é problema para o presidente do nanico PRTB, que cresceu imensamente a partir do embate com o PSOL de Luciana Genro e a frase tão infeliz quanto biologicamente irretocável “órgão excretor não reproduz” que virou um embate em tribunais de norte a sul do país.

Depois do aerotrem, o monorail que foi implantado por Alckmin em São Paulo, e a nova tese do navio-prisão, Levy Fidélix tem uma ideia de alto impacto: vencer por W.O. num embate com João Amoêdo, do NOVO:

Eu creio que então, posso ganhar de… W.O.!!! Coisa que inclusive poderá acontecer. Não sou azarão não, mas poderá acontecer  eliminação por W.O. dos demais candidatos. Se preponderar o que reza a lei, né? Vamos ver! (dá risada) Não é lindo isso aí?

A Protagonista: Levy, você acha que você vai ganhar de W.O. uma eleição?

Bom, não vai ter candidato. Porque o Amoêdo é desertor, né? É rentista, mas o Amoêdo não foi testado em nenhuma eleição, né? Nem para síndico de prédio. Tenho certeza de que ele vai ter um pouquinho de calor comigo nesse debate.

Para Levy Fidélix, o fundo partidário não será barreira nem para ele, que recebe menos, nem para o NOVO, que devolve. Os demais, a contar com a legislação vigente, ficarão sem candidato para a chapa presidencial.

Essa campanha vai ser uma coisa linda porque os grandes partidos podem ter fundo, mas estão tão sujos na Lava Jato que eu acho que não vai ter nem candidato para disputar comigo. Tudo sujo, pode notar comigo. Olha, o candidato do PMDB: se vier o Temer ou se vier o Meirelles, eles estão na Lava Jato; se vier o Rodrigo Maia, também está na Lava Jato; o Alckmin, todo mundo viu agora, que está, fora o trensalão, com esse grande problema que é o Rodoanel, né?; e todos os demais candidatos, se eu for elencar aqui, fica até difícil, né? A fila é grande.

FERNANDO COLLOR

Jornalista e publicitário atuante na campanha de Collor, Levy Fidélix estendeu a mão ao companheiro em sua reabilitação e, ao que parece, não perdoou que o senador tenha abandonado o PRTB quando finalmente conseguiu retomar seus direitos políticos e o mandato no Congresso Nacional. Compara o próprio partido a um autorama que não foi capaz de dar asas às ambições de um Ayrton Senna da política brasileira.

Saiu da minha legenda e eu falei para ele à época: “Você quer sair por quê? Qual é o motivo que o partido lhe deu?” Não havia motivo. Deu a ele a oportunidade de se reeleger e restabelecer os seus direitos políticos. Ora, não tem nenhum motivo, eu falei, “tá bom, já que o Ayrton Senna… – isso é ironia, é claro, né? – quer um autódromo e o PRTB é tão pequeno como um autorama, faça bom proveito do Roberto Jefferson. Vá e vá.” Agora, você viu com quem depois ele fez a companhia e olha onde que deu e como deu.

Mais especificamente, deu em problemas com a lei. Agora, Fernando Collor é tão pré-candidato quanto Levy Fidélix:

Ele está em colisão com os ditames legais e o Supremo deverá julgá-lo como já julgou também o Roberto Jefferson no passado, né? Uma coisa é certa: águas passadas não movem moinhos. Eu estou para frente. Como dizia Ibrahim Sued: a carruagem passa e os cachorros ladram.

Os cães ladram e a caravana passa… Nem tanto

Eu posso obrigar alguém a alguma coisa? Ele fez a escolha dele! Bela escolha.

Na entrevista ainda houve lugar para os bastidores da frase que rendeu mais atenção a Levy Fidélix nos últimos anos: “órgão excretor não reproduz”. Irretocável sob o ponto de vista da biologia, transformou-se em um cavalo de batalha nas mãos do PSOL de Luciana Genro que, segundo o pré-candidato, lhe puxou o tapete no debate.

Saiba mais:

Frase do “órgão excretor” foi puxada de tapete de Luciana Genro em debate, diz Levy Fidélix