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Temer candidato? Opositores ironizam possibilidade de tentativa de reeleição
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O presidente Michel Temer deu, na terça-feira (20), sua primeira declaração pública de que pode disputar a reeleição em 2018. Ao ser perguntado por jornalistas se seria candidato neste ano, respondeu: “ainda não decidi. Não é improvável, mas ainda não decidi. Vou me decidir ainda”.

A declaração colocou mais lenha em uma fogueira acendida nas últimas semanas, a que traz a possibilidade de que o nome de Temer esteja nas urnas em 2018. A hipótese, antes inimaginável, ganhou corpo após o lançamento da pré-candidatura presidencial de Rodrigo Maia (DEM) e com o distanciamento, cada vez maior, entre PSDB e governo. Sem os aliados e sem identificar um nome para defender o que entendem como legado da gestão, Temer e o PMDB começaram a considerar a possibilidade de o atual chefe do Executivo buscar um novo mandato.

Mas para deputados federais que defendem outro nome na disputa presidencial, a candidatura de Temer continua sendo uma hipótese pouco provável. “Eu considero apenas um delírio, e algo para tentar também negociar o seu passe, para buscar uma proteção dessas outras forças políticas”, disse Padre João (PT-MG). “Particularmente, não acredito realmente que tenha a menor possibilidade de ele estar saindo candidato”, endossou Capitão Augusto (PR-SP), apoiador de Jair Bolsonaro (PSL).

Defensora de Ciro Gomes, Flávia Morais (PDT-GO) identifica que, caso Temer realmente dispute a eleição, não será um nome competitivo. “Nós temos vários nomes hoje pré-candidatos à presidência da República, de forma que não vejo muito espaço para o crescimento de uma candidatura de Michel Temer nesse momento”, apontou. Vanderlei Macris (PSDB-MG) lembrou das altas taxas de rejeição que marcam a imagem de Temer: “o presidente sofre de uma impopularidade bastante elevada, e na minha opinião ele será candidato apenas para formar uma bancada e, mais do que isso, num segundo turno, com cacife político, poder negociar a participação do PMDB em um futuro governo”.

Já no campo governista, a hipótese foi recebida com algum entusiasmo. “Temer é o grande comandante desse novo Brasil que nasceu. Que está dando certo, e a economia está avançando. Ele tem condições sim. E eu vejo com alegria”, declarou o vice-líder do Governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS).

Caso realmente dispute a eleição, Temer terá dois elementos a seu favor: o primeiro é que não vai precisar deixar o cargo de presidente. Vai poder disputar a eleição ocupando o mandato, algo que, por exemplo, Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles não poderão, em virtude das normas para desincompatibilização. E o segundo é que, como presidente, ele terá a máquina do governo a seu favor – algo mais do que relevante para os candidatos à reeleição.

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