• Carregando...
O cara por trás dos sucessos da Pabllo Vittar, o curitibano Rodrigo Gorky fala ao Aperte o Play
| Foto:

Rodrigo Gorky é um dos nomes mais importantes na música pop da atualidade. Uma pessoa que além de ser um maníaco musical, colecionador de discos e uma enciclopédia ambulante de cultura musical brasileira, tem uma visão de poucos sobre a cultura musical de nosso país. Ele é o responsável direto pelo sucesso da cantora pop Pabllo Vittar, o maior nome da música brasileira da atualidade. Ele bateu um papo com Rafael Araujo, da AIMEC Brasil, sobre sua fase, trabalhos e projetos. Confira:

Me lembro bem quando fizemos uma participação na festa Life is a Loop, com a tenda do site Eletrogralha em 2002, no qual rolou um concurso de DJ e você foi um dos finalistas selecionados. Conte um pouco mais sobre o Rodrigo Gorky daquela época e o de hoje.

Acredito que não mudou muito. Lá foi o início de tudo. Sempre com a curiosidade de fazer algo que fosse novo e que me deixasse feliz.

Pedro D'Eyrot e Rodrigo Gorky (Bonde ro Rolê)

Pedro D’Eyrot e Rodrigo Gorky (Bonde ro Rolê)

Após discotecar por Curitiba, você entrou com o projeto Bonde do Rolê. Fale um pouco como ele surgiu, bem na época do Myspace. Foi um projeto inusitado. Funk carioca com diferentes estilos musicais. Curitibanos fazendo funk carioca.

Quem esteve em Curitiba sabe o quão difícil é a cidade. Mas aos poucos acabei me enturmando com amigos que levo pra vida toda e que nos levaram a todas as loucuras que fazíamos na época. O Bonde do Rolê foi uma delas. Era um grande “f***-se” pra muita coisa. Montamos o projeto pela diversão e pra mostrar o quão careta era a cena da nossa cidade na época.

Esse projeto gerou bons frutos. Trilhas para video games, comerciais de televisão, licenciamentos. Ele foi importante para você entender a parte burocrática da indústria musical ?

Com certeza. Todas as situações chatas possíveis que acontecem com um artista pode ter certeza que passamos por todas elas. Desde gravadora prendendo a gente por contrato, contratantes que não nos pagavam, turnês em que passávamos tocando 6 vezes por semana para públicos que não falavam um “A” em Português. Talvez tenha sido por conta desse aprendizado que acabei indo trabalhar no outro lado dos negócios. Mais como produtor do que artista.

Como que foi a sensação de ser descoberto pelo Diplo ? E de assinar pela Mad Decent. E o network que isso lhe permitiu.

São frutos que colho até hoje! Pessoas que eu admirava e tinha como ídolos acabaram virando amigos. Trabalhos improváveis de se imaginar antes, agora sendo feitos com uma facilidade e aproximação maior. Foi tudo bem incrível!

Vi vocês tocando uma vez com o projeto Bonde do Rolê em uma block party da Mad Decent em downtown Los Angeles nos Estados Unidos. Estava lotado e vocês fizeram um showzásso. Fale um pouco sobre a diferença de público do Brasil e dos Estados Unidos. E do mundo, pois vocês fizeram inúmeras turnês.

Então, mandei aquele textão sobre Curitiba pra chegar aqui e contar uma coisa que ajudou bastante termos vindo daí: A “casca grossa”.  Porque de todos os lugares, o mais difícil sempre foi tocar em “casa”. Já tomamos vaias, brigamos com técnicos de som que achavam que tínhamos estragado os equipamentos  deles, entre várias outras roubadas. Depois de se ferrar tanto em Curitiba, qualquer coisa era fichinha.

Qual foi o aprendizado que o Bonde do Role lhe trouxe para a sua carreira profissional de hoje ?

Os mais práticos: Nunca deixe de responder todos os e-mails recebidos, porquê você nunca sabe o que aquele e-mail pode lhe trazer daqui a 5 anos; e sempre faça mala só pra uma semana quando você viaja por mais de 7 dias!

Atualmente você está morando em SP? Faz tempo que saiu de Curitiba ? Tem vindo para Curitiba ? Acompanhado a cena musical daqui ?

Sim, saí em 2008. Desde então tenho tocado de vez em quando com alguns dos meus projetos novos.

Phillip A e Rodrigo Gorky (Fatnotronic)

Phillip A e Rodrigo Gorky (Fatnotronic)

Como faz para administrar tantos projetos ao mesmo tempo ? Quais os projetos que você tem se dedicado no momento ?

Vixe, muita coisa ao mesmo tempo, mas os principais são o Brabo (meu time de produção e composição – de Pabllo Vittar a Lucas Lucco, passando por remixes pra um monte de gente legal) e o Fatnotronic/Phillip & Rodrigo (que vai pra uma linha de edits de músicas brasileiras e originais).

Pabllo Vittar e Rodrigo Gorky

Pabllo Vittar e Rodrigo Gorky

A drag Pabllo Vittar, parece que é um projeto que foi feito para dar certo. Fale um pouco desse sucesso. Desde o momento em que o Pedro D’Eyrot lhes apresentaram e o papel das redes sociais nisso tudo. Você é o empresário e produtor musical dela ?

Sim, na parte da produção é o Brabo, já na parte de empresariamento, é com o pessoal da mataderos, empresa que montei com amigos para gerenciamento de carreiras e booking.

Vivemos em um país altamente conservador. Muita gente torce o nariz para Pabllo. Como você lida com a crítica ?

Se a pessoa não gosta, só não ouvir, temos a liberdade de escolher o que ouvir, não? Mas quer me deixar p*to? É negar o trabalho e talento da Pabllo. São inegáveis.

Você é do tipo “geek”que viaja com o laptop produzindo ? O que você usa para produzir (softwares) ? Conte um pouco mais sobre seu home studio. Você chega a finalizar as músicas em estúdio profissional ? Alguma finalização é feita fora do país ?

Na real não gosto, mas a necessidade faz com que eu tenha que viajar com um setup sempre. Mas ainda bem que é simples. Uma placa de som externa e um fone de ouvido. Mixagem e masterização em 80% dos casos mando pra fora do país com alguns amigos de confiança.

E se alguém que estiver lendo essa entrevista quiser lhe enviar demos ? É possível ?

Amo! Meu e-mail é djgorky@gmail.com.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]