Aeroporto Afonso Pena deve bater recorde de passageiros em 2014

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Os efeitos negativos da Copa do Mundo para a aviação comercial brasileira começam a se dissipar. Com menor demanda no período, principalmente de viagens a negócios, o número de passageiros transportados caiu bastante em junho. A recuperação começou em julho e se consolidou em agosto. No recorte local, de Curitiba, o aeroporto Afonso Pena seguiu esse desenho.

O aeroporto paranaense saiu do ponto mais baixo do vale, em junho, e chegou ao mais alto do ano em agosto. Foram 557.811 passageiros contabilizados no mês inicial do Mundial da Fifa. No mês passado, 627.368. Os dados são da Infraero.

Agosto foi o mês de 2014 com mais passageiros transportados no aeroporto Afonso Pena (Fonte: Infraero)

Apesar da queda devido à Copa, o aeroporto segue em crescimento e deve bater recorde ao final de 2014. O ano com mais passageiros embarcados e desembarcados no Afonso Pena foi em 2011 (6.969.484). Em 2012 e 2013 houve um recuo: 6.828.334 milhões em 2012 e 6.742.133 em 2013.

No acumulado de janeiro a agosto de 2014, foram 4.805.755 passageiros. Em relação aos anos anteriores, desde 2003, é o período mais aquecido. Deve, assim, fechar o ano com mais de 7 milhões de passageiros.

Dessa forma, a capacidade do atual terminal, para 7,8 milhões de passageiros por ano, dá ainda mais sinais de saturação. Por isso, concluir a ampliação em 2016, no prazo, é fundamental. O aeroporto poderá receber 10,4 milhões de passageiros/ano.

Curiosamente, ao mesmo tempo em que o número de passageiros transportados aumenta,o de pousos e decolagens cai. De 2011 (ano mais positivo) para cá, só queda livre. O ano atual caminha para se equiparar a 2009.

Número de passageiros no aeroporto Afonso Pena aumentou de 2003 para 2014, no acumulado de janeiro a agosto. O de pousos e decolagens diminuiu. (Fonte: Infraero)

Isso deixa nítido que as companhias aéreas melhoraram significativamente os níveis de eficiência, em especial a taxa de ocupação das aeronaves. Mesmo com a redução dos voos, conseguiram transportar mais gente, a um custo menor. Consequentemente, estão faturando mais.

Isso também tem a ver com o aumento na oferta em razão dos aviões usados nas rotas domésticas. A TAM, por exemplo, começou a aposentar os Fokker 100 em 2002, processo terminado em 2008. O avião tinha capacidade para 109 pessoas. Em substituição, aumentou o número de Airbus A319 (144 passageiros) e Airbus A320 (174) na frota. Ou seja, em um mesmo voo passou a transportar até 59% a mais de passageiros.

A Gol, da mesma forma, vem acrescentando mais Boeing 737-800 (183 assentos) à frota. A Azul, diante desse cenário, já acenou para a incorporação de aeronaves com maior capacidade frente aos Embraer E190 e E195.

Vale também ressaltar que no caso do aeroporto Afonso Pena, a própria infraestrutura de pistas também serve de limitador para que novos voos sejam acrescidos à malha aérea, já que há um limite de operações nos horários de pico, os mais rentáveis para as companhias aéreas.