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Onde os fracos não têm vez, 2007

Na semana passada, fiz uma defesa aqui no blog da volta do mata-mata no Brasileirão, como a única maneira de reequilibrar um futebol desequilibrado pela distribuição desigual de receitas. Vários leitores comentaram e um deles, o Laercio Marques, se propôs a enviar um texto defendendo os pontos corridos sob a ótima dos nossos times.

Segue a argumentação do Laercio, que é muito boa, embora insuficiente para mudar a opinião deste blogueiro. E vocês, o que acham?

Primeiro quero deixar claro que não sou contra o sistema mata-mata, tanto que sou fã e entusiasta da Uefa Champions League, Copa do Mundo, Libertadores, Sul-Americana, Copa do Brasil. Como pode perceber, a maioria. Nos campeonatos dominantes do país, aí, sim, pontos corridos.

A velha muleta de que com o mata-mata nós, paranaenses, seremos vencedores, não
é uma questão fechada. Assim fosse estaríamos sempre, e não apenas nos dois últimos anos (Copa do Brasil), brigando por títulos.

Nossos dois sucessos fora dos pontos corridos foram ocasionais. O Coxa em um campeonato onde foi uma bagunça só. Onde já se viu um campeão com desempenho tão patético, saldo de gols negativos? Com alguns méritos, sim, mas apenas para os verdes se orgulharem, ninguém mais.
No título de 2001 do meu Atlético, o sistema era de mata, uma partida só, bem na época onde o Furacão era praticamente imbatível na Baixada. Quando tivemos que sair de nossa casa, na Libertadores-2005, não tivemos sucesso.

Concordo plenamente sobre a divisão de cifras – e principalmente de mídia – ser um dos grandes motivos de sempre largarmos atrás dos adversários nos torneios, mas isso independe de fórmula do campeonato.
E na fórmula de mata-mata eternamente seremos também vítimas de peso na camisa na hora do confronto, decidindo
muitas vezes uma partida. Nos pontos corridos isso se dilui no decorrer das rodadas.

Nos mata-matas ou nos pontos corridfos, seremos sempre um pequeno incômodo aos times de mídia. O sistema atual, além de ser o mais justo, é para torcedores compromissados, de arquibancada, que com
o tempo tendem a abraçar cada vez mais seus times. Com o sistema de sócios, a tendência é de ver as arquibancadas,
se não cheias, pelo menos com suas cadeiras negociadas. Isso é dinheiro em caixa, é fidelizar com uma camisa, é ser realmente torcedor, fazer sua parte para ter o retorno em campo.

Mata-mata é para telespectador de futebol, torcedor de ocasião, que só vai em final, oba-oba. Nos pontos corridos, cada jogo é uma final, desde a primeira rodada, e estamos aprendendo com o tempo.
Já no mata-mata a primeira fase é apenas um classificatório, onde, se seu time não jogar, fica fora do filé. E no sistema proposto pelo escriba, nenhum sócio compraria a ideia para todo o certame.

Os clubes com menos mídia precisam urgentemente uma união para diminuir o abismo na distribuição de verbas. Senão os títulos continuarão no eixo, sim, mas a fórmula do campeonato no sistema de pontos corridos só maquia os títulos ocasionais. Com um time estruturado, com sócios-torcedores fidelizados, disputaremos todos os campeonatos, não apenas um ou outro década sim, década não.

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