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A Guerra Fria entre a Urbs e a Comec começou. E você está pagando a conta
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Os próximos dias deverão ser de guerra fria entre a prefeitura de Curitiba e a Comec. Os dois lados tentarão provar, com ou sem dados, que estão fazendo a sua parte e que o furo nas contas depende da outra parte. O que está em jogo é um sistema de R$ 1,1 bilhão por ano.

A escalada do conflito começou nesta semana quando a Comec divulgou a informação de que sua pesquisa de origem-destino mostra que a região metropolitana, cujos custos devem ser cobertos pelo estado, é superavitária. Ao contrário de tudo que havia sido dito até então.

A Comec não apresentou dados, alegando que eles são “complexos demais”. Nós não entenderíamos, dizem eles. Mas juram de pés juntos que 31% dos passageiros que pagam passagem na Rede Integrada são metropolitanas, e que isso equilibra as contas da RMC. A prefeitura diz que o número certo é 21%.

Segundo a Comec, com isso a tarifa técnica da região metropolitana é de R$ 2,85, o que seria perfeitamente coberto pelas passagens. O furo, fica implícito, é da parte da prefeitura – e o subsídio pode ser diminuído, ou extinto.

A prefeitura diz que a tarifa técnica da metropolitana é de R$ 4,07 e que ainda não recebeu um estudo decente da Comec que diga o contrário. Roberto Gregório, da Urbs, diz que recebeu apenas planilhas soltas e sem nem explicação da metodologia usada.

Os dois lados pressionarão para dizer que estão falando a verdade porque ambos estão sem caixa. E preferem usar o dinheiro para outras coisas, deixando o subsídio para lá. Mas o fato é que as contas de alguém estão erradas, e o sistema pode parar.

As empresas, que de bobas não têm nada, não abrem mão da atual tarifa técnica (que atualmente é de R$ 3,18) só porque os dois lados dizem que ela devia ser mais barata. E a Urbs não faz nada com as investigações que dizem que a licitação que entregou o sistema aos três consórcios teve problemas.

Quem paga a conta, no fim? A resposta é evidente. É o passageiro, que anda em ônibus mais cheios e mais escassos do que devia. E paga caro por isso.

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