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Marcelo Odebrecht. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo.
Marcelo Odebrecht. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo.| Foto:
Marcelo Odebrecht. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo.

Marcelo Odebrecht. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo.

Ricardo Semler, um empresário que ficou famoso nos anos 1980 escrevendo um livro de administração, dizia que pobre é o sujeito que não sabe a diferença entre um milhão de dólares e cem milhões de dólares.

Pois é. E orçamento público tem disso. Botam tanto zero na nossa frente que a gente acaba sem ter uma noção direito do tamanho da soma que está em jogo.

Os R$ 6,8 bilhões do acordo de leniência da Odebrecht, então, nem se fala. É tanto zero, tanto dinheiro que a gente não se dá contra do tamanho do absurdo que isso representa.

Lembrando que estamos falando de dinheiro ´publico (meu e seu) desviado de finalidade, vale muito a gente tentar ter um parâmetro do que tiraram da gente.

Ou melhor: do que descobriram que uma empresa tirou do nosso bolso. Podem não ter descoberto tudo. E são muitas empresas. Mas supondo que fosse “só” isso. Imagine o que dava para fazer:

– Pagar Bolsa-Família para todas as famílias do Paraná (absolutamente todas, pobres ou não) durante um ano.

– Construir quatro estádios do Maracanã – o mais caro da Copa do Mundo de 2016.

– Bancar 70% do funcionamento de uma cidade do porte de Curitiba durante um ano.

– Pagar tarifa gratuita de ônibus para a população de Curitiba por 6 anos.

Mas sabe qual a comparação mais relevante aqui? E o que realmente poderia ter sido feito com esse dinheiro? Pagar a conta das eleições exclusivamente com dinheiro público, sem que os partidos e os candidatos tivessem que ficar se ajoelhando para Marcelo Odebrecht e seus pares – a verdadeira e principal origem da corrupção no governo.

A campanha de 2014 no Brasil custou cerca de R$ 5 bilhões, em todo o país – já somadas eleições presidenciais, de governadores, senadores e deputados. Esse dinheiro foi pedido (90% dele, pelo menos) a empresários que têm interesse em fazer acordos com os candidatos para depois das eleições.

Se fôssemos fazer pela conta mais modesta (já que a ideia é tornar a campanha mais barata, como foi em 2016), poderíamos ter as eleições gerais pagas com R$ 10 por eleitor. Ou seja, daria para pagar quatro eleições como a de 2014 só com o dinheiro que a Odebrecht tirou da nossa carteira para financiar esse mesmo processo.

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