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Beto Richa evita defender seu braço direito pego em gravação
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Na primeira entrevista depois da maratona de denúncias dos últimos dias, Beto Richa deu respostas firmes sobre Publicano, Quadro Negro e Lava Jato. Mas foi evasivo quando se trata da denúncia mais cabeluda de todas: a da possível fraude na licitação da PR-323.

Confrontado com uma gravação de seu braço direito afirmando que havia um “compromisso” nessa obra, Beto Richa não soube dizer por que o secretário pede a um empreiteiro que deixe de participar da concorrência. Disse apenas que não houve licitação dirigida e que não deu ordem alguma para isso.

Mas como não houve licitação dirigida se a gravação diz o contrário? O governador não respondeu. E como Deonilson Roldo, seu chefe de Gabinete, pode ter tido essa conversa literalmente na antessala de Richa sem ordem dele, na obra que era símbolo do governo? Beto diz que prefere “esperar as explicações”.

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Na conversa rápida que diz ter tido com o ex-assessor, teria ouvido Deonilson dizer que em breve explicaria. Explicar o quê? “As circunstâncias”, diz Beto. “É claro que não gostei do áudio. É reprovável”, afirma o ex-governador. “Mas prefiro esperar as explicações. ”

“Reprovável” parece um termo leve se ele acredita que houve desvio numa obra bilionária. E parece demais se ele acha que não houve nada. “Não gostei” é algo que se espera ouvir de alguém que recebeu um café com açúcar demais, e não de alguém que devia zelar pelo patrimônio público ao ver um escândalo desses.

Richa diz nos bastidores que “já há novidades” sobre esse caso e que provará a sua inocência. Pode ser. Por enquanto, só o que ficou claro é que não há mesmo nenhuma explicação disponível na praça para o que Deonilson fez. Beto não tem. E aparentemente nem o próprio secretário.

Um dia, quem sabe, ela apareça.

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