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Toni Reis, diretor do Grupo Dignidade.
Toni Reis, diretor do Grupo Dignidade.| Foto:

A decisão da Justiça Federal de autorizar psicólogos a curar a “homossexualidade” – para dizer o mínimo – não caiu bem. Mesmo o com o desacordo Conselho Federal de Psicologia, a liminar está valendo.

O diretor do Grupo Dignidade, Toni Reis, resolveu pedir sua “aposentadoria compulsória por ‘homossexualismo”. O Grupo Dignidade luta pelos direitos dos homossexuais e dos transgêneros.

No pedido ele afirma que, com a liberação da “cura gay”, homossexuais podem ser considerados inválidos, portanto ele requer sua aposentadoria por invalidez.

Toni Reis faz até um favor as autoridades e colocou o valor mensal que deverá ser paga na aposentadoria: 24 salários mínimos e um passaporte diplomático para viajar e espalhar a palavra da “cura gay” pelo mundo.

Ele pede pouco, perto do absurdo do tema.

Leia mais: Liberar “cura gay” é um crime que só aumenta perseguição a homossexuais.

Confira a íntegra do pedido:

Toni Reis REQUER

Requerimento de Aposentadoria Compulsória Retroativa por “Homossexualismo”

Ao: Exmo. Sr. Doutor Juiz Federal

Waldemar Claúdio de Carvalho

SAU/SUL Quadra 2, Bloco G, Lote 8, Brasília – DF

CEP: 70070-933 Telefone: 3221-6000

c.c. Exma. Sra. Raquel Dodge

Procuradora-Geral da República

c.c. Exmo. Sr. Ronaldo Nogueira

Ministro do Trabalho e da Previdência Social

c.c. Exmo. Sr. Ricardo Barros

Ministro da Saúde

Em 15 de setembro de 2017, o meritíssimo juiz federal Waldemar Claúdio de Carvalho concedeu liminar que permite o uso por psicólogos/as de terapias de “reversão sexual” de pessoas homossexuais, contrariando a Resolução 001/1999 do Conselho Federal de Psicologia, bem como as deliberações da Organização Mundial da Saúde, da Organização Pan-Americana da Saúde e do Conselho Federal de Medicina, entre outras organizações científicas, e promovendo o curandeirismo e o charlatanismo, uma vez que a decisão infere que as pessoas homossexuais são doentes e passíveis de tratamento, liberando assim a “cura gay”.

Entende-se que a partir dessa decisão, em torno de 20 milhões de pessoas brasileiras que são homossexuais (segundo estimativas científicas baseadas no estudo de Kinsey, 1948) tornam-se inválidas e, portanto, elegíveis para receber aposentadoria por invalidez. Reconheço que o pagamento desse benefício imprevisto possa quebrar a Previdência Social uma vez por todas, mas sugiro que o déficit incorrido seja recuperado por meio da taxação da renda das igrejas que promovem a “cura gay”.

Como ainda não existe tabela para essa doença, sugerimos que o valor mensal do benefício seja 24 salários mínimos, com isenção de todo e qualquer imposto por motivo de crença (ou melhor, doença), e com direito a passaporte diplomático para poder empregar o tempo ocioso em viagens ao exterior, buscando a cura em centros avançados, e também divulgando a boa nova brasileira relativa à cura do “homossexualismo”.

Sendo uma dessas pessoas inválidas, devido à minha condição homossexual que é de notório saber, venho por meio deste requerer minha aposentadoria compulsória, com direito a acompanhante especializado, retroativa até o início das primeiras manifestações da minha homossexualidade, por volta do ano de 1970.

Nestes termos, deferimento.

Curitiba-PR, 18 de setembro de 2017

Toni Reis

Diretor Executivo do Grupo Dignidade

Colaborou: Camila Abrão.

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