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A Gazeta do Povo tinha quatro repórteres fotográficos no Centro Cívico no momento em que os policiais militares partiram para cima dos manifestantes. Foram 213 feridos e centenas de imagens.

O blog pediu para os quatro fotógrafos selecionarem cada um três fotos daquele dia e contarem o que estavam vendo naquele momento. Abaixo, você vê o resultado. Para ver as fotos em formato maior, basta clicar em cada uma.

A sensação de impotência de quem estava na linha de frente, sejam professores, fotógrafos ou simpatizantes era aterrorizante. Bombas por todos os lados, gás de pimenta, contra tudo e contra todos, enfim, um massacre. Esta foto traduz este sentimento, a falta de prumo é proposital, mas também no susto, como foram quase todas as fotos que fiz neste dia. Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo.

 

Muitos professores mostravam livros enquanto recebiam bombas da polícia. Cada um ataca com a arma que acredita. E eu escolhi mostrar desde o começo o lado dos professores sendo atacados. Quando percebi o livro de Friedrich Nieztsche, “Humano, Demasiado Humano”, nas mãos de um “espírito livre” senti a urgência em fazer está imagem. Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo.

 

Não importa que ele não era professor, ou mesmo que a causa não era dele. Este senhor de cadeira de rodas era, sem dúvida, a pessoa mais corajosa da manifestação. Percebi sua sensação de desespero em um dos ataques da polícia, fiz uma sequência de 3 fotos e, por sorte, uma delas tinha um manifestante chutando uma granada de gás de pimenta, ao fundo. Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo.

No dia 29 de Abril, cheguei um pouco mais cedo do que o costume no jornal e me dirigi para o Centro Cívico, logo ao chegar me deparei com o aparato policial fora do normal, centenas de policiais militares tomavam os prédios do TJ, da assembleia e do Palácio Iguaçu. Percebi que alguma coisa não iria acabar bem quando vi as máscaras de gás usadas pelos policiais e algumas bombas já em suas mãos. As 14h14 vi e fotografei uma professora chorando, parecia que pressentia que algo de ruim viria. E não demorou muito, por volta das 15h o conflito começou, o cordão de isolamento foi quebrado e logo surgiram as primeiras bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, logo a tropa de choque se posicionou em um grande cordão de isolamento que ia do Palácio Iguaçu até em frente ao prédio anexo da Assembleia, consegui chegar no tubo do Centro cívico e fiquei por ali durante alguns minutos fotografando e me protegendo dos disparos das balas de borracha e das bombas. Depois de 1 hora e meia, a tropa de choque ainda avançava em direção a rotatória da prefeitura com a intenção de dispersar os grevistas, de repente uma professora surgiu correndo na minha direção aos prantos gritando: Sou professora, tenho filhos em casa!!! por favor parem de atirar!! Estou desarmada!!! Fui correndo de costas mas não parei de fotografar, tinha que registrar aquele momento e o fiz, ela prosseguiu pedindo clemência ao batalhão de choque até ficar de joelho no meio da Av Cândido de Abreu, ficou por alguns segundos mas quando viu que a barreira de escudos era intransponível, parou. E junto parei de fotografar também, logo encontrei o companheiro Henry Milleo que estava ferido por um estilhaço de bomba. Quando os ânimos se acalmaram, a Policia militar refez o cordão de isolamento e os manifestantes perceberam que nada poderiam fazer para evitar a votação… Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.

 

Parei para transmitir algumas fotos para o jornal e ao cair da noite percebi pelos alto-falantes do prédio anexo que a sessão continuava normalmente dentro do plenário, fui até lá e o cenário que encontrei foi de um dia normal de votação, sem que nada tivesse acontecido lá fora, deputados agiam normalmente, se cumprimentando e alguns inclusive com um sorriso no rosto, fotografei porque era muito contrastante ter vivido horas de conflito e presenciar a normalidade dentro do prédio. Não suportei ficar… Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.

Na saída, os policiais ainda em pé, depois de horas, ainda protegiam os prédios, foi minha ultima foto deste dia que vai ficar gravado na memória dos paranaenses. Ainda não consegui conversar pessoalmente com a professora, graças as redes sociais sei que seu nome é Angela Alves Machado, sua imagem ficou gravada no sensor da câmera e seu apelo emocionante ficou gravado na minha memória. Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.

 

Fiz essa foto logo no início do confronto entre policiais e grevistas. O homem caído havia sido atingido por uma bomba e desmaiou. Um grupo de pessoas que passava correndo fugindo dos tiros e bombas parou para atendê-lo. Enquanto eu fotografava fui atingido por uma bomba de efeito moral que abriu uma ferida em meu pulso e no tórax.Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo.

 

Encontrei esse senhor com o rosto machucado. Estava desnorteado, não sabia para onde ir ou onde se esconder. Havia sido atingido e estava em choque. Mantinha as mãos levantadas, como quem estava se rendendo. Fiz a foto e o ajudei a se abrigar atrás de uma árvore. Depois vi que seguia com um outro grupo para onde estavam as ambulâncias.Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo.

No meio da confusão que era o cenário de combate entre grevistas e policiais encontrei essa mulher com os braços levantados e as mãos espalmadas pedindo em desespero para que os policiais parassem de atirar.Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo.

Professor correndo com ferimento grave na cabeça com sangramento após receber um tiro de bala de borracha da Polícia Militar do Paraná. Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo.

Policial Militar imobilizando um professor e outro policial atirando com munição de borracha em direção aos manifestantes. Detalhe, a arma do policial militar está apontado para frente contrário às normas internacionais que diz no uso de armas com balas de borracha deve ser disparadas na direção do chão. Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo.

Manifestante pega restos de bombas de gás lacrimogênio e bombas de efeito moral. Policia tenta impedi-la. Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo.

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