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Esqueça o “novo”. Eleitor curitibano quer exatamente o “velho”
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A nova pesquisa do Ibope de Curitiba mostra que, em menos de um mês, Rafael Greca (PMN) pode ter conquistado 170 mil votos: dos 28% de fins de agosto*, teria chegado a 45% agora**. De favorito a passar para o segundo turno, virou candidato a vencer já na primeira rodada.

Nas quatro semanas que separam as duas pesquisas muita coisa aconteceu. Debates na tevê, debates on-line, entrevistas, programas de rádio e tevê. Gustavo Fruet (PDT), que foi ficando para trás, teve as mesmas chances e tempo de Greca. Mas não reverteu isso em votos, pelo contrário.

Uma bela dica do que pode estar acontecendo está no desempenho dos outros candidatos. Maria Victória (PP), que aposta no “novo” e que diz “renovação” a cada três frases, avançou apenas para 6%. Ney Leprevost (PSD), outro que tem “novo” no slogan, empacou.

Requião Filho começou a disputa com 16%. Depois caiu para metade disso: 8%. Será que o eleitor achava que o candidato era o pai e se decepcionou ao ver que se tratava de mais um “novo”?

Pode ser que todos os candidatos estejam errados em prometer novidades. Pode ser que Gustavo Fruet esteja se afundando a cada vez que critica Greca por ser o candidato “dos anos 90”. Tudo indica que é exatamente isso que o eleitor quer. Uma volta aos anos 90.

Em 2012, a cidade ainda não tinha passado pelas “jornadas de junho”, não tinha vivido a decepção que a Copa foi para a cidade, não havia reeleição da Dilma, nem Lava-Jato, muito menos impeachment. Nesse cenário, o “velho” de Greca não teve chance.

Se no cenário nacional todas essas coisas levaram a uma impressão de que era preciso apostar numa novidade (cogitou-se até uma maluca candidatura de Sergio Moro!), aqui a aposta foi em voltar ao passado. Ao passado em que supostamente a cidade era melhor.

Greca representa exatamente isso: a volta a um passado mítico em que supostamente Curitiba funcionava às maravilhas – sem crise econômica, sem um prefeito que o tempo todo se vê na situação de dizer o que não vai ser feito.

O discurso de Fruet pode ser mais racional. Mas é tedioso. O discurso do passado mítico, da era de ouro, é sedutor. Pelo menos para 450 mil curitibanos, segundo o Ibope.

*A pesquisa contratada pela RPC ouviu 805 eleitores de 15 a 18 de setembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Registro no TRE nº PR-01610/2016.

**A pesquisa contratada pela RPC ouviu 602 eleitores de 19 a 22 de agosto. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.  Registro no TRE nº PR-04300/2016.

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