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Na ânsia de defender Dilma, Gleisi troca pés por mãos e ouve o que não queria
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Gleisi Hoffmann (PT) provocou comoção no Senado. Durante a sessão de julgamento de Dilma Rousseff, disse que seus pares não tem condições morais de decidir o futuro da presidente. Deu a entender que se trata de um grupo desqualificado.

“Qual é a moral deste Senado para julgar a presidenta da República?” perguntou Gleisi retoricamente. A provocação foi respondida com ferocidade pela oposição, defendida com igual ferocidade pelo PT e acabou levando à suspensão temporária da sessão.

Ronaldo Caiado (DEM-GO), que disse não ser “assaltante de aposentado”, numa referência aos supostos desvios de empréstimos de funcionários que levaram o ministro Paulo Bernardo à cadeia. Lindbergh Faria (PT-RJ) disse que Caiado era canalha. E assim por diante.

O nível do debate mostra que o Senado realmente tem uma qualificação abaixo do esperado. E claro que a ação de Gleisi é mais retórica: se tivesse motivos para impugnar seus pares num julgamento tão decisivo quanto esse, iria à Justiça contra eles. Não foi.

Gleisi também se expôs ao contra-ataque evidente. Enrolada na Lava Jato, com o marido tendo sido preso, sabe que sua carreira está arriscada. Óbvio que diriam que ela é que não tem moral para falar do Senado.

Mas Gleisi decidiu ser dilmista até o fim. Atitude que exige certa coragem. Pena que na luta pela manutenção de Dilma, tenha exagerado. Se o Congresso realmente tem gente desqualificada, tem senadores que são belos exemplos de conduta.

E generalizar só serve à demonização da política. Não fosse por mais nada, Gleisi deveria fazer uma ressalva a seus 12 correligionários. Nem isso fez. São todos iguais?

Depois do impeachment de Dilma, se ele vier, o país precisará continuar. O Senado seguirá existindo. E detonar tudo e todos incondicionalmente é um desserviço.

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