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Os cinco passos que levaram Dilma e o PT à beira do abismo
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Diz São Tomás que a soberba é a origem de todos os pecados. Deixando de lado a religião e pensando na política, pode fazer sentido também. Às vezes, o mais poderoso político pode se dar mal justamente por acreditar demais em seus poderes.

Parece que esse é o caso de Dilma e de seu partido, o PT. Acostumados a um longo poder, a um Congresso submisso, a instituições que jamais tocaram em presidentes e governos, foram acumulando erros que agora cobram seu preço.

A votação no TCU, nesta quarta, pode ser o pretexto e a base legal que a oposição tanto queria para que seus pedidos de impeachment não pareçam mera gritaria de perdedores. Eis como o petismo forneceu essa munição ao outro lado.

1. Gastos excessivos

As tais pedaladas fiscais só foram necessárias porque o governo tinha um orçamento desequilibrado. A prática é comum. No caso do PT, os gastos aumentaram por vários motivos. Dois deles parecem especialmente importantes: os programas sociais e a falta de juízo.

A parte boa dos governos petistas (e disso só discordarão os críticos mais ácidos) foi o investimento em áreas sociais. Por exemplo, a inclusão de milhões de jovens no ensino superior e técnico, com ProUni Pronatec; o Minha Casa, Minha Vida; ou o Bolsa Família.

No entanto, o governo não se tocou que os dois períodos de Lula tinham sido de bonança econômica em grande medida em razão de fatores externos, como o preço de matérias-primas que exportamos. E que mesmo o crescimento baseado em endividamento e consumo internos teria um limite. E foi criando gastos permanentes que não podiam ser cortados.

2. Jeitinho

Quando se viu que o poço tinha fim, o governo decidiu, ao que tudo indica, maquiar as contas. Por dois motivos: um deles, para não dificultar no período de eleições o discurso de que tudo ia bem. Não ia. Segundo, para não ter de admitir em público que as promessas de manutenção de gastos sociais eram improváveis.

Surgiram aí as tais pedaladas fiscais. Facilitaram a eleição mas tinham um ligeiro inconveniente: eram ilegais. Por que mesmo assim o partido achou que tudo ficaria bem? Isso tem a ver com o terceiro erro.

3. Descrença nas instituições

Falando francamente: quem é que um dia imaginou que o Tribunal de Contas fosse fazer qualquer coisa contra qualquer governo por qualquer motivo. O TCU, historicamente, existe por duas razões: dar uma aparência de seriedade para as contas públicas e servir de cabide de empregos. Principalmente para políticos amigos que querem um posto vitalício.

Dilma, Lula e o PT indicaram boa parte dos atuais ministros. E duvido que tenham imaginado que teriam problemas em aprovar as contas.

4. Congresso submisso

Mesmo que o TCU aprontasse alguma, o governo sempre deve ter pensado que no Congresso estava tudo dominado. Não era para menos. Os partidos, em geral, preferem o quentinho da proximidade com o poder. Foi assim com todos os governos, não seria diferente com o petismo.

A troca de cargos por votos é parte da democracia nacional, do sistema de coalizão, goste-se ou não. Como definiu magistralmente o então candidato a presidente Ciro Gomes, as forças de vitória são as forças de ocupação.

5. Não combinaram com os russos

O discurso do PT no poder sempre foi o de que a oposição era um agrupamento de elite sem verdadeira base popular. O partido parece realmente crer nisso: quatro eleições presidenciais consecutivas ajudaram a criar a ilusão de que apenas uma minoria de descontentes estava contra o projeto do governo. E que essa minoria não era suficiente para fazer nada de verdade contra o PT.

Como se vê, mais um ledo engano.

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