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Foto: Divulgação/Eduardo Suplicy.
Foto: Divulgação/Eduardo Suplicy.| Foto:
Foto: Divulgação/Eduardo Suplicy.

Foto: Divulgação/Eduardo Suplicy.

O vídeo da prisão do ex-senador Eduardo Suplicy é um dos momentos mais constrangedores do ano até o momento. E olha que a disputa nunca é fácil. A vida pública nacional tem sido pródiga em momentos constrangedores.

Suplicy, um senhor de 75 anos, foi carregado como um saco de batatas por policiais. Levado à força. Preso. Arrastado contra a vontade como se fosse um perigoso terrorista. Uma agressão que, como quase toda agressão, foi desnecessária – e simbólica: se fazem isso com Suplicy, com câmeras na frente, o que farão na periferia sem ninguém ver. Bem sabemos o que se faz.

Mas o filme também é um momento a ser comemorado. Não pela atuação truculenta dos policiais. Mas por ver que um sujeito como Suplicy, que tem de tudo na vida – rico, para começar, influente, acostumados aos palácios – se dispôs a enfrentar isso por uma causa.

Usando de cinismo alguém pode dizer que ele está atrás de votos. Suplicy não precisa disso. Foi senador por três mandatos consecutivos. Na próxima eleição vai estar com 77. Dificilmente disputará mais nada.

Além do mais, quem acompanhou um pouco a carreira de Suplicy sabe que ele realmente é um homem de causas. Ele pode ser um chato, mas a defesa que fez ao longo dos anos da política de renda mínima é impressionante – e necessária.

E ele se dispôs, aos 75, provavelmente sem nada a ganhar com isso (notoriedade ele já tem, respeito idem) a se deitar no chão com um grupo de pessoas para impedir uma desocupação que considerava injusta.

Ele se deitou por justiça. E por isso foi preso, arrastado, vítima de agressão.

Como alguém disse na internet, um caso de político preso por fazer a coisa certa. No fim das contas, um alento que isso seja possível e realmente exista.

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