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Tony Garcia diz que alertou Richa sobre Odebrecht: “não ouviu, entrou na lista do Janot”
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Arquivo/Gazeta do Povo

Rogerio Waldrigues Galindo está de férias. Texto de Euclides Lucas Garcia.

Quase um ano e meio depois de publicar uma carta aberta em que dizia torcer pela “recuperação moral” do amigo e governador Beto Richa (PSDB), o empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia voltou à carga para cima do tucano neste fim de semana (leia a íntegra da nova carta logo abaixo).

O tema desta vez foi a Operação Lava Jato e a inclusão do nome de Richa na chamada “segunda lista de Janot”, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República há duas semanas.

Referindo-se ao governador como “um bom amigo de outrora”, Garcia diz ver com tristeza o envolvimento dele na Lava Jato, como já havia ocorrido nas operações Quadro Negro e Publicano, “juntamente com seu primo distante Luiz Abi”.

Para Garcia, Richa está “perdido em um mar de lama e afastado dos bons princípios” herdados dos pais. Ele afirma que continua alertando o governador das “maracutaias engendradas no Palácio”, mas, para sua surpresa, o tucano “nada faz, segue em frente, desdenha da opinião pública”.

No post feito no Facebook no fim da tarde do último sábado (25), o empresário pede a Richa que assuma os erros em vez de continuar tentando negá-los, pois o povo “não perdoa o cinismo e a desfaçatez”.

“Em 2014 alertei Beto Richa que havia maracutaia na montagem da PPP da rodovia 323 capitaneada pela Odebrecht, não ouviu, foi em frente, deu no que deu, entrou para a LISTA DE JANOT”, escreveu Tony Garcia.

No ano passado, a empreiteira pediu para sair do consórcio Rota das Fronteiras, que venceu a disputa para fazer obras e administrar o trecho da rodovia PR-323, entre Paiçandu e Francisco Alves, no Noroeste do Paraná. Com investimento bilionário, o projeto seria a primeira Parceria Público-Privada (PPP) do Paraná.

O ex-parlamentar conclui a carta declarando já ter alertado Richa de que outras “maracutaias” seguem sendo tramadas no governo “na intenção de criarem dificuldades para venderem facilidades a fornecedores do estado”.

“Torno isso público hoje para que o governador Beto Richa não alegue à frente desconhecimento”, finaliza Garcia, citando que tinha relatado com antecedência ao tucano o esquema de corrupção na Receita Estadual, sem que nenhuma providência fosse tomada.

 Leia aqui a íntegra do post de Tony Garcia:

A LAVA JATO PARECE NÃO INTIMIDAR GOVERNANTES E AGENTES PÚBLICOS.

Os nossos políticos parecem não terem aprendido nada com os três anos de Lava Jato, em vez de procurarem instrumentos que coíbam a corrupção, andam atrás de buscarem em leis, formas de perpetuarem-na. Prestam um desserviço à nação. No Paraná, vejo com tristeza um bom amigo de outrora, hoje governador, envolvido na Lista de Janot, Quadro Negro e Publicano, juntamente com seu primo distante Luis Abi. Estive ao lado dele desde o início de sua vida pública, foi uma das pessoas mais sensatas que conheci, hoje, porém, vejo-o perdido em um mar de lama e afastado dos bons princípios herdado de seus ótimos pais. Alerto-o, como sempre fiz, de maracutaias engendradas no palácio que um dia seu pai ocupou com dignidade e honestidade, faço-o na intenção de afastá-lo de mal feitos que, com a autoridade que detém, pode e deve extirpá-los. Para minha enorme surpresa, nada faz, segue em frente, desdenha da opinião pública, e não consegue enxergar que a Lava Jato mudou o comportamento dos brasileiros, hoje, todos muito atentos à movimentos inescrupulosos. Beto Richa ainda tem tempo de se redimir dos erros cometidos, todos os humanos cometem erros, mas para isso, primeiramente, deve assumi-los, e não mais buscar na negação, o que ninguém mais acredita. O povo pode até perdoar o pecado quando assumido, mas não perdoa o cinismo e a desfaçatez.
Em 2014 alertei Beto Richa que havia maracutaia na montagem da PPP da rodovia 323 capitaneada pela Odebrecht, não ouviu, foi em frente, deu no que deu, entrou para a LISTA DE JANOT.
Deixo aqui o registro que, mais uma vez se trama dentro do palácio maracutaias em órgãos públicos na intenção de criarem dificuldades para venderem facilidades à fornecedores do estado. Modus operandi idêntico aos praticados na receita estadual revelados na operação Publicano. Qualquer semelhança também, pode ser mera coincidência!!! Não acham?
Torno isso público hoje para que o governador Beto Richa não alegue à frente desconhecimento, visto eu ter lhe alertado durante muito tempo que fiscais da receita estavam praticando extorsão em várias empresas de conhecidos e amigos nossos, nada fez, deu no que deu, foi indiciado junto com Luis Abi na PUBLICANO. Firmo aqui o compromisso de tornar público cada movimento que chegar ao meu conhecimento destes desmandos praticados por agentes públicos, pois muitos empresários passando pela crise que assola o país, temem denunciarem e serem massacrados pelo poder do estado. Encontrarão em mim uma voz que não se curva nem teme esse poder. Beto Richa, QUEM NÃO TEM VISÃO BATE A CARA CONTRA O MURO.

TONY GARCIA

25 DE MARÇO DE 2017

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