Usar dinheiro público para estádio de Coxa e Paraná seria multiplicar o erro

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Falando em bom português: a ideia de liberar milhões de reais em dinheiro público para construir um novo estádio na cidade é absurda. O fato de que se tenha cogitado isso já é ruim. Se a proposta chegar a ser aprovada, será um dos maiores erros financeiros da cidade em muitos anos – comparável, justamente, ao outro absurdo que foi a reforma da Arena do Atlético com recursos públicos.

A proposta de financiar a tal Arena compartilhada entre Coxa e Paraná com potencial construtivo partiu do vereador Jorge Bernardi (Rede). A justificativa é a seguinte: o Atlético teve apoio do município para fazer o seu estádio. Por que os dois outros clubes da capital não deveriam ter o mesmo?

O estádio do Atlético já consumiu R$ 20 milhões em dinheiro de potencial construtivo vendido pela prefeitura E irá consumir muito mais: a obrigação assumida pelo município é de repassar o dinheiro que for entrando até completar R$ 158,9 milhões. O mais provável é que a cidade precise continuar direcionando para o Atlético dinheiro de potencial construtivo pelos próximos dez anos ou mais. São três mandatos de prefeito, pelo menos.

A ideia de Bernardi é usar mais R$ 400 milhões para o estádio de Coritiba e Paraná. Isso implicaria mais quatro décadas de dinheiro sendo escoado para o futebol.

Lembrando: esse dinheiro é pago quando empreiteiros constroem mais do que devem. É um dinheiro que paga pelo “prejuízo” ao urbanismo da cidade. Por tornar a cidade mais feia. Menos amistosa. Mais adensada.

Esse dinheiro poderia ir para museus, para a reforma de prédios históricos, para as artes. Está sendo drenado por más decisões tomadas na gestão Richa/Ducci à frente da prefeitura. O Atlético ganhou um estádio, e a cidade ganhou um problema.

Repetir o erro em nome da isonomia seria multiplicá-lo. Além de tudo, nem a desculpa da Copa se tem agora.

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