Cartolas do futebol brasileiro continuam se achando os reis da cocada preta
A distância que separava o Brasil em relação à Europa e aos Estados Unidos – no plano ético, cultural, científico, econômico e tecnológico – era medida em anos.
Apesar do desenvolvimento do pós-guerra, a distância aumentou: as ideias e as práticas políticas e econômicas que fazem a cabeça do brasileiro são retardatárias. Perderam a condução que as recolheria ao depósito da história e resolveram recomeçar entre nós.
Em meio à maior crise econômica da nossa história, do impressionante surto de criminalidade urbana e da mais desgastante crise política de todos os tempos, o que é expressão do atraso passa a ser vendido e consumido como novidade neste ano eleitoral.
A expressão definitiva do anacronismo brasileiro é, hoje, a esquerda, um conglomerado que conta com partidos comunistas misturados a tendências socialistas, com pitadas de social-democracia no nome e alas que protestam para todos os gostos.
Um depósito de ideias velhas e enterradas desde o fim da União Soviética.
Como não edificaram nem o paraíso, nem a democracia, mesmo em pequenos satélites como Cuba, Angola, Coreia do Norte ou Venezuela, o discurso esquerdista perdeu o sentido.
O mais preocupante é que a direita, ou mesmo o centro, não consegue sensibilizar a população com as suas propostas. Simplesmente não existe um projeto para o Brasil.
Não há mais como medir a distância que nos separa dos principais países do hemisfério norte.
Por mais que se fale e se prometa, a dura realidade é que o nosso País fica mais longe de tudo. Está indo para trás e criando uma máquina do tempo emperrada, com ideias inaproveitáveis para tentar construir algo de positivo para as próximas gerações.
Pano rápido e mudança de cenário para entrarmos no ananzado futebol brasileiro, que nada mais reflete do que a geleia geral.
O assunto da semana foi a reunião do Conselho Técnico da CBF que rejeitou o uso do árbitro de vídeo. Essa modernidade tecnológica diminuiria consideravelmente os resultados dos jogos contaminados pelos erros de interpretação de árbitros e auxiliares. Um passo para trás, sem dúvida.
Como também se constituiu em lamentável atrofia a autorização para a venda de mando de jogos fora do estado. Outra atitude retrógrada, tanto em termos esportivo quanto ético.
De positivo mesmo apenas a liberação da grama sintética que foi lançada pelo Atlético Paranaense e, logo, logo será instalada em todas as modernas arenas.
No mais, projeta-se mais um Campeonato Brasileiro com poucas chances de aproximar-se, mesmo minimamente, da Premier League, de La Liga ou outros torneios nacionais consagrados pela inteligência e organização com sucesso técnico e financeiro.
Exemplo pronto e acabado de como é mal administrado o nosso principal esporte: semifinal do Campeonato Carioca, entre Flamengo e Botafogo, em vez de ser realizada no Maracanã para aproveitar os turistas que visitam o Rio de Janeiro no carnaval, foi marcada para Volta Redonda.
Mas a maioria dos cartolas do futebol brasileiro continua se achando o rei da cocada preta.
Ou, se preferirem: “The King of the black sweetmeat made of coconuts !”
