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Foto: Antônio More/Gazeta do Povo
Foto: Antônio More/Gazeta do Povo| Foto:

“Caguete é caguete mesmo
Vejam só como ele é
É que cortaram as duas mãos do safado
Ele agora cagueta com o dedão do pé!”

Bezerra da Silva

Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

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O “cagueta”, como é dito popularmente, é uma pessoa odiada por todos os envolvidos nas mais diversas situações.

Como citou o executivo o caso das filhas dele, na infância e adolescência a figura do dedo-duro é mal vista. Quando a criançada “faz arte”, traquinagens, estripulias ou travessuras, quem dedura para os adultos (pais, avós, professores) fica marcado pela turma.

Na malandragem brasileira, o entregador sofre muito quando é descoberto. Vira “saco de pancada” de todo mundo. O sambista Bezerra da Silva tem várias letras de música achincalhando os caguetes.

Na bandidagem, o dedo-duro sempre acaba morto. Os dedurados não perdoam. Mesmo depois de anos na cadeia, quando ganha as ruas, um dos primeiros atos do caguetado é liquidar o dedurador.
Muitas quadrilhas só foram descobertas após briga entre os criminosos e, por vingança, alguém decidiu dedurar.

Na época da ditadura militar – a presidente Dilma Rousseff e outras pessoas torturadas já falaram sobre isso – os delatores eram as pessoas mais abominadas por quem lutava contra o regime. Foram os caguetes que ajudaram a levar para a prisão centenas de oposicionistas.

Durante o nazismo na Europa, a figura do dedo-duro foi uma ameaça constante aos judeus. Os “caguetas” foram responsáveis pela descoberta e morte de milhares de pessoas.

Em política há também a falsa deduragem, que é aquela em que alguém delata falsamente um opositor para colocá-lo em situação difícil. Sem falar na disputa por poder e dinheiro, como ocorreu com o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que, mesmo sabendo que seria condenado, decidiu delatar o mensalão, escândalo do qual era um dos líderes.

Existe ainda a delação com a finalidade de “assassinato de caráter”, termo usado pelo traficante colombiano Pablo Escobar para definir ações destinadas a envolver adversários políticos em situações ilícitas.

Uma coisa é clara: o personagem dedo-duro – delator, cagueta, alcaguete ou entregador – pode trazer contribuições, como também pode causar danos. Tudo depende do contexto.

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