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Três meses após deixar o posto de homem mais poderoso do mundo, primeiro presidente negro dos EUA volta aos holofotes e recebe US$ 400 mil para falar em conferências
Obama voltou aos palcos bem ao estilo astro de rock. Foto: Divulgação/Barack Obama
Três meses após ter deixado a Casa Branca, o primeiro presidente negro da história norte-americana subiu aos palcos em estilo de pop star. Em suas primeiras aparições, depois de um período de férias, Obama arrastou multidões. O preço para ouví-lo não é divulgado oficialmente pela equipe do ex-presidente, mas jornais americanos, como o Los Angeles Times, apuraram que ele recebeu US$ 400 mil para cada uma das duas primeiras apresentações que fez desde que foi substituído pelo republicano Donald Trump.
No último dia 6 de junho, nada mais que 6 mil pessoas disputaram os ingressos para ouvir Obama na Câmara do Comércio de Montreal, no Canadá. O preço para participar do “show” não era para qualquer um. Os assentos mais baratos custavam US$ 375 (R$ 2,9 mil), isso para ficar distante do astro, tendo de recorrer a telões.
Em um palco iluminado como se fosse para a apresentação de uma grande estrela do rock e tapete vermelho para as figuras da primeira fila da plateia, Obama falou por pouco mais de 30 minutos e em seguida respondeu algumas perguntas dos ouvintes.
Ironia ou não ao valor do cachê, em sua fala Obama condenou os problemas que a concentração de renda causa ao desenvolvimento. Disse que o mundo deve fazer mais para combater a desigualdade social e manifestou preocupação com a possbilidadede de os governos existirem apenas para beneficiar os poderosos.
Depois da fala contra as disparidades de renda, Obama foi jantar com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, no restaurante Liverpool House, uma casa tradicional de Montreal. Na mesa, saladas, aspargos, ostras, mexilhões, bisteca e espaguete de lagosta, além de vinho chardonnay do prestigiado Norman Hardie Vinhedo e Adega, de Ontário.
Essa não foi a primeira apresentação do democrata depois que deixou a Presidência. Em abril, o ídolo pop da política internacional também engordou sua conta com outros US$ 400 mil para falar em Manhattan, durante evento da A&E Networks, empresa de TV por assinatura dos Estados Unidos e que no Brasil fornece canais como History e Lifetime.
Se depender do poder do discurso de Obama, certamente não vão faltar palcos. Em seu livro A Cabeça de Obama (Inside Obama’s Brain, no título original, em inglês), o jornalista Sasha Abramsky – que escreve para jornais e revistas como New York magazine, the American Prospect, Slate, New Yorker e Guardian e Rolling Stone, entre outros – destaca que uma das coisas que movem o líder democrata é a sua facilidade de convencer as pessoas, a sua clareza ao expor ideias.
Richard Greene, estrategista de comunicação e autor de Words That Shook The World (Palavras que Sacudiram o Mundo, em tradução livre), coloca Obama no mesmo patamar dos dois melhores oradores da história da presidência dos EUA: John F. Kennedy e Franklin Delano Roosevelt. E o compara ao maior de todos os oradores do país, o também negro Martin Luther King, que ficou na história com a memorável frase I Have A Dream (Eu tenho um sonho).
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