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PT caminha para um fim sinistro
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Ilustração de Osvalter Urbinati

Ilustração de Osvalter Urbinati

Dois ex-tesoureiros condenados e presos [Delúbio Soares e João Vaccari Neto]. Dois ex-presidentes do partido condenados e presos [José Dirceu e José Genoíno]. Um ex-presidente da Câmara dos Deputados [João Paulo Cunha] e um ex-vice-presidente da Casa [André Vargas] condenados e presos.

Essa lista de integrantes do PT julgados e condenados pela Justiça seria suficiente para previsões apocalípticas para o partido que já foi a maior agremiação política de esquerda da América Latina.

Mas o cenário para a estrela petista é ainda muito mais complicado. A estimativa de queda de 3% da economia do país sob o governo de Dilma Rousseff neste ano e mais 2% em 2016 agrava o quadro. Isso sem levar em conta a redução de investimentos em educação, com cortes no Fies e no ProUni, o desemprego em crescimento e as dificuldades de manter a governabilidade.

Com a prisão do senador Delcídio Amaral a mando do Supremo Tribunal Federal (STF), o PT trilha para um fim trágico. Com dívidas milionárias, a sigla corre o risco de não eleger nenhum prefeito de grande cidade em 2016.

A tão propalada esperança para 2018, com Lula candidato, se esvai a cada dia com uma nova prisão ou fase da Operação Lava Jato.

A destruição do PT começou ainda antes de o partido ter conquistado a Presidência da República, em 2002. A história da legenda foi marcada pela disputa entre um aglomerado de correntes. Venceu o chamado grupo majoritário, composto em boa parte pelos envolvidos nos escândalos de corrupção. Muitos desse grupo não têm origem no PT, como o senador Delcídio Amaral, que carrega o DNA tucano [ele foi do PSDB de 1998 a 2001].

Dirceu, Delúbio, Vaccari, João Paulo, André Vargas e Genoíno são todos integrantes dessa corrente que comandou o PT desde sempre. Quem divergiu desse agrupamento, como Heloísa Helena, Marina Silva, Luciana Genro, Luiza Erundina, Cristóvão Buarque, Fernando Gabeira, Randolfe Rodrigues e tantos outros, foram derrotados e tiveram de sair do partido.

Alguns petistas históricos – os quais levantaram o PT vendendo estrelinhas para colocar no peito, camisetas e bandeiras e sonhavam em financiar a sigla com as contribuições dos filiados – decidiram ficar e lutar internamente contra a “prostituição partidária” e a ética, mas foram jogados na obscuridade. Em minoria, foram aniquilados nas disputas internas e amargaram a condição de relegados a posições de pouca importância. Nem mesmo em cargos de primeiro escalão nos quatro governos petistas tiveram acesso. Hoje, por ironia, esses petistas éticos que permanecem na sigla também pagam o preço da loucura cometida por alguns membros do grupo majoritário.

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