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Grupo de estudantes brasileiros oriundos de movimentos sociais e outras instituições no Brasil. Foto: Célio Martins Martins
Grupo de estudantes brasileiros oriundos de movimentos sociais e outras instituições no Brasil. Foto: Célio Martins Martins| Foto:

Mais de 600 estudantes do Brasil estão hoje em Cuba batalhando pelo sonho de ser médico. Desde que a Escola Latino Americana de Medicina foi criada, cerca de 500 brasileiros já se formaram na ilha caribenha.

O vídeo a seguir foi produzido quando eu estive na ilha para uma série de reportagens especiais para a Gazeta do Povo. Conheça um pouco dessa história e dos brasileiros que estão lá em busca de estudos de Medicina:

Estudantes brasileiros de Medicina temem restrições para atuar no Brasil

Jovens que buscam em Cuba o sonho de ser médico querem apoio do governo e do CFM quando retornarem ao país

A polêmica entre o governo brasileiro e o Conselho Federal de Medicina (CFM) envolvendo a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil é apenas um dos pontos relacionados ao exercício da profissão no país. Outra questão que vem causando controvérsias diz respeito aos estudantes que estão no exterior, entre eles o grupo de jovens brasileiros que atualmente estudam na Escola Latinoamericana de Medicina (Elam), em Cuba.

A preocupação desses jovens é com a integração ao sistema de saúde no Brasil quando estiverem formados. Muitos reclamam de corporativismo por parte do CFM, ao exigir deles um exame que não é aplicado aos formados no Brasil.

“Outros países que têm estudantes aqui procuraram criar condições para que seus novos médicos possam prestar serviços em sua terra natal, ajudar o seu povo. No Brasil só dificultam”, diz Gustavo de Paulo, de Brasília.

Paulo Vítor, da Bahia, diz que há protecionismo a quem estuda nas escolas brasileiras. “Porque o governo não discute com a Elam uma forma de nos integrar ao sistema de saúde no Brasil?”, questiona.

O CFM diz que não há discriminação nem corporativismo. “A legislação é clara. Para trabalhar no Brasil qualquer médico de outro país precisa fazer o Revalida, que é um exame de conhecimentos básicos. Os estudantes brasileiros em Cuba precisam estudar mais para passar. Dado o baixo nível de aprovação no Revalida, acho que eles não estão estudando”, diz Gerson Zafalon Martins, segundo secretário do CFM, morador em Curitiba.

Martins afirma que o CFM não está impedindo ninguém de trabalhar, seja dos EUA, Espanha ou Cuba. “Temos problemas não só com os estudantes vindos de Cuba, mas também da Bolívia, do Paraguai e de outros países”, acrescenta ao admitir que se o Revalida fosse aplicado a formados nas escolas brasileiras, provavelmente muitos não seriam aprovados.

Grupo de estudantes brasileiros oriundos de movimentos sociais e outras instituições no Brasil. Foto: Célio Martins Martins

Grupo de estudantes brasileiros oriundos de movimentos sociais e outras instituições no Brasil. Foto: Célio Martins Martins

Indicação

Todos os estudantes da Elam conseguiram vaga por meio da indicação de organizações do movimento social, como MST e Movimento de Luta pela Moradia, entidades religiosas, partidos políticos e outras organizações da sociedade civil.

Além de ter estudado em escola pública, o candidato não pode ter mais de 25 anos e estar com suas obrigações eleitorais em dia. Os estudantes recebem material escolar, alimentação, moradia, assistência médica e um salário mínimo de ajuda, em torno de R$ 38 por mês. Antes de ingressar no curso de Medicina, com duração de 6 anos, eles passam um ano estudando ciências básicas e espanhol.

Cantina dentro do campus da Escola Latinaamericana de Medicina. Foto: Célio Martins

Cantina dentro do campus da Escola Latinaamericana de Medicina. Foto: Célio Martins

Identidade estrangeira de uma estudante brasileira.

Identidade estrangeira de uma estudante brasileira.

Ambulatório no campus para atendimento médico de estudantes.

Ambulatório no campus para atendimento médico de estudantes.

Amanhã, a história da curitibana do Barreirinha que foi estudar Medicina em Cuba

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