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Temer já foi citado por 5 delatores
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Arte a partir de fotos do arquivo da Gazeta do Povo, Agência Brasil, Fotos Públicas e CPI da Petrobras.

Arte a partir de fotos do arquivo da Gazeta do Povo, Agência Brasil, Fotos Públicas e CPI da Petrobras.

Com a divulgação das declarações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado de que Michel Temer negociou com ele o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB) à Prefeitura de São Paulo, em 2012, sobem para cinco o número de envolvidos na Lava Jato que citaram o presidente interino.

Temer já havia sido citado anteriormente em investigações da Lava Jato, mas ainda não estava na Presidência da República. Em uma proposta de delação premiada apresentada em abril pela defesa de um dos donos da Engevix, o engenheiro José Antunes Sobrinho, afirma que ele pagou propina a operadores do esquema de corrupção na Petrobras que falavam em nome de Temer. Um dos beneficiários do suborno – um “amigo de Temer”, segundo a revista Época – embolsou R$ 1 milhão para que fosse obtido e mantido um contrato de R$ 162 milhões da Engevix com a empresa do setor elétrico.

O ex-senador Delcídio do Amaral também citou Temer. O ex-petista disse em depoimentos que Michel Temer foi o padrinho da indicação de João Henriques para diretoria da BR-Distribuidora, durante o governo FHC. E que Henriques era o “principal operador” de um esquema de aquisição ilícita de etanol de 1997 a 2001. Delcídio contou que, em 2008 Michel Temer “teve grande influência na substituição de Nestor Cerveró por Jorge Zelada”, ex-diretor da Petrobras preso na Lava Jato.

Outro que envolveu Temer foi o empresário e lobista Julio Camargo, que intermediou negócios bilionários na estatal e confessou ter pago propina a integrantes do PMDB, entre os quais o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Camargo afirma ter ouvido que Temer era um dos beneficiados pelo suborno, o que o vice-presidente nega.

A Lava Jato também encontrou uma mensagem no celular de um dos sócios da OAS, Léo Pinheiro, que cita um pagamento de R$ 5 milhões ao vice-presidente, segundo denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra Eduardo Cunha.

O procurador-geral, Rodrigo Janot, escreveu na acusação ao Supremo que “Eduardo Cunha cobrou Léo Pinheiro por ter pago, de uma vez, para Michel Temer a quantia de R$ 5 milhões, tendo adiado os compromissos com a ‘turma'”. Temer diz que os R$ 5 milhões foram doação legal.

O presidente interino classificou a declaração de Sérgio Machado de “totalmente inverídica”.

 

Conversa atribuída a Sergio Machado e José Sarney:

MACHADO: Você acha que a gente consegue emplacar o Michel sem uma articulação do jeito que esta…

SARNEY: Não. Sem articulação, não. Vou ver o que acontecendo, vou no Michel hoje…

MACHADO: O Michel presidente… lhe dizer… eu contribuí pro Michel.

SARNEY: Hum.

MACHADO: Eu contribuí pro Michel… Não quero nem que o senhor comente com o Renan… Eu contribuí pro Michel para a candidatura do menino [Gabriel Chalita, do PMDB-SP]… Falei com ele até num lugar inapropriado, que foi na base aérea.

SARNEY: Mas alguém sabe que você me ajudou?

MACHADO: Não, sabe não. Ninguém sabe, presidente.

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