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5 motivos que fazem Lula rir à toa com a permanência de Temer na Presidência
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Lula entregou de bandeja o que pensa ser o melhor cenário para ressuscitar o PT pós-Moro, Bessias, Joesley e cia. O negócio da China é manter Michel Temer no Palácio do Planalto, afogado nos escândalos em que se meteu nos últimos meses e se debatendo por tempo indeterminado. Mas não seria ambíguo defender alguém definido pelos petistas como “golpista” ou “usurpador”? Veja abaixo cinco motivos que provam que Lula não está dando ponto sem nó.

1 – “Não podemos achar que um golpista é melhor que o outro”
Em discurso na posse da senadora Gleisi Hoffmann como presidente do PT, Lula disse que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se prepara para ser o “seguidor do golpe”. O petista captou bem o que está rondando os corredores do Congresso: Maia descobriu que pode ser presidente sem grandes dilemas (é só manter a equipe econômica e o bom relacionamento com o baixo clero). Picado pela “mosca azul”, Maia, depois de assumir a Presidência, teria mais poder de reação para virar a página da agenda negativa de Temer. E uma gestão razoavelmente bem-sucedida é tudo o que não contribui para o mito da “Era de Ouro” da gestão Lula.

2 – Com Temer fora, vamos todos lembrar que Lula é “hexa”
Lula é réu em nada mais nada menos que seis processos. Está prestes a ser sentenciado pelo juiz Sergio Moro no caso tríplex. Se for condenado em meio ao turbilhão do julgamento da denúncia de Temer pela Câmara, tem grande chance de ver a notícia ter bem menos impacto. Vale o mesmo para todos os demais processos: enquanto houver uma crise pegando fogo em Brasília, o furacão da Lava Jato de Curitiba perde potência. Maia (codinome Botafogo, segundo a Odebrecht) também está enrolado até o pescoço na Lava Jato, mas, ao que consta, não recebe bilionários às escondidas na garagem da residência oficial, o que diminui o seu potencial noticioso.

3 – Lula é um perseguido político…

A narrativa de que Dilma Rousseff sofreu um golpe dazelites (e que a ascensão de Maia é um golpe 2.0) é o supertrunfo de Lula. Nessa narrativa, Lula é a principal vítima da armação da corja peemedebista. É como um jogo para provar quem tem menos memória, como se não tivesse sido o próprio Lula quem trouxe o PMDB para o coração do governo. Exemplo: Geddel Vieira Lima, aliado de primeira linha de Temer e preso nesta semana pela Lava Jato, foi ministro da atual gestão por seis meses. Na época de Lula no poder, Geddel ficou na Esplanada por quatro anos.

4 – …e grande parte da culpa é dos EUA!

Um político perseguido em um ambiente em que os “intelectuais de direita” do país ainda acham que o objetivo do PT era implantar o comunismo e servir criancinhas no jantar dá abertura para uma estratégia de defesa com a mesma estatura intelectual. Na quarta-feira (5/7), Lula tirou das gavetas a teoria de que os Estados Unidos conspiram contra o Brasil. “Não sou uma pessoa de conspirações, mas tem muita gente grande interessada em desestabilizar o Brasil. Nenhum país conseguiu fazer o que o Brasil fez em 12 anos. E eu acho que os Estados Unidos não queriam que o Brasil desse certo”, declarou, em entrevista de rádio. É o tipo de colocação que pegava bem na esquerda dos anos 1980. Como tem gente que vive de passado…

5 – No final, o que importa é a matemática: quanto mais Temer, mais Lula lidera pesquisas

Lula não tem como brigar com os fatos: quanto mais Temer fica no poder, mais ele avança nas pesquisas eleitorais para presidente. De dezembro de 2016 a junho de 2017, ele passou de 22% para 30% das intenções de voto no Datafolha. Se no final do ano passado ele apanhava para todo mundo em simulações de segundo turno, agora é quase imbatível. Como bônus, Lula ainda viu o derretimento de todos os nomes mais cotados pelo PSDB, que permanece firme e forte como pilar de sustentação do governo peemedebista.

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