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Crédito: Jonas Pereira/Agência Senado
Crédito: Jonas Pereira/Agência Senado| Foto:

O Brasil comemora nesta quarta-feira (30), pela primeira vez, o Dia Nacional do Perdão.

O motivo que inspira a comemoração, que virou lei em abril, é tocante. Autora do proposta, a deputada Keiko Ota (PSB-SP) escolheu a data em alusão ao dia da morte de seu filho, Ives Ota, sequestrado e assassinado aos 8 anos.

“Lembro a memória de meu filho, Ives Ota, sequestrado e assassinado brutalmente aos 8 anos. Eu e meu marido, Masataka Ota, perdoamos aqueles que causaram esse mal à minha família”, justificou a parlamentar.

No mundo político, porém, falar em perdão é algo de efeito bem mais complexo. Até porque muitos perdões dos políticos a eles mesmos não foram (nem deveriam ter sido mesmo) de fato digeridos pela sociedade. Você com certeza precisa guardar na memória cinco deles:

Senado cassou Dilma. Mas manteve os direitos políticos
O desfecho do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff completa um ano nesta quinta-feira (31). Cassada por 61 votos a 20 pelo Senado, a presidente recebeu um perdão inusitado. Mesmo considerada culpada de crime de responsabilidade pelas pedaladas fiscais, ela recebeu um “perdão parcial” dos senadores. De última hora, teve os direitos políticos mantidos por 42 votos a 36. Mesmo tratamento não foi dado a Fernando Collor, em 1992.

Condenado no mensalão, José Dirceu recebeu perdão do STF
Em outubro do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso perdoou a pena de prisão dada ao ex-ministro José Dirceu no julgamento do mensalão (conduzido pelo próprio STF). Dos 7 anos e 11 meses aos quais foi condenado, Dirceu cumpriu um ano na cadeia e um ano em regime domiciliar. Na época, ele ficou livre da pena do mensalão, mas continuou preso pela condenação na Lava Jato. Em maio de 2017, voltou a ser solto, após julgamento de novo habeas corpus pelo Supremo.

Renan quase perdeu o mandato por relação extraconjugal. Foi perdoado pela mulher e senadores
Em 2017, o então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) enfrentou processo de cassação, acusado de receber R$ 16,5 mil mensais de um lobista para pagar despesas particulares com uma filha que foi fruto de um relacionamento extraconjugal. Renan, na época, foi ao plenário se defender acompanhado da mulher, Verônica Calheiros. “Estou me defendendo de um pseudo-escândalo sobre a minha vida pessoal”, afirmou. Colou. Perdoado pela própria esposa, Renan foi absolvido em dois processos sobre o caso no Conselho de Ética. E voltou a ser eleito presidente do Senado.

Michel Temer foi mais que perdoado. Ganhou o direito de não ser investigado
No dia 2 de agosto, a Câmara dos Deputados recusou o pedido de autorização para abertura de processo penal contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva, em função da delação premiada do empresário Joesley Batista. Não foi exatamente um perdão, mas na verdade pode ter sido ainda mais benéfico para Temer. Além de se manter no cargo, Temer simplesmente não será nem investigado enquanto estiver no cargo.

Enrolado com Joesley, Aécio também conseguiu “perdão prévio” no Conselho de Ética

Também envolvido até o pescoço na delação premiada de Joesley Batista, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) chegou a ser afastado do mandato e teve um pedido de prisão que bateu na trave do Supremo Tribunal Federal. Para os colegas senadores, no entanto, as denúncias não foram suficientes nem para a abertura de processo no Conselho de Ética. O pedido foi arquivado por 11 votos a 4, em um acordo que manteve o PSDB no barco governista, mas jogou de vez a imagem do partido na lama.

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