Roberto Requião (PMDB) sempre fez questão de posar como candidato da austeridade. Já criticou o auxílio-moradia concedido a juízes e prometeu dar um jeito de congelar as tarifas de água e luz (algo muito parecido com o baixa ou acaba do pedágio). Só não gosta de falar da aposentadoria de R$ 26.589,68 mensais que recebe como ex-governador.
Ontem, o agora candidato a governador do Paraná se destemperou (para variar) com uma pergunta sobre o assunto feita pelo jornalista Sandro Dalpícolo, em entrevista ao Paraná TV 1ª Edição. Segundo ele, a questão era “irrelevante”. Será mesmo?
Qualquer trabalhador brasileiro sabe que não é bem assim. Afinal, precisa contribuir por 35 anos (homens) ou 30 (mulheres) para ter direito ao benefício integral e ganhar no máximo R$ 4.390,24 mensais. E qualquer trabalhador sabe que achar alguém que receba o teto do INSS é uma missão quase impossível.
O fato é que a aposentadoria de Requião é seis vezes maior que a desse sujeito. E que ele não colaborou nem com um centavo para recebê-la. A aposentadoria de ex-governadores é uma benesse amparada por lei estadual que não exige contrapartida dos beneficiários. A constitucionalidade dessa legislação, por sinal, está sendo questionada há anos em ação no Supremo Tribunal Federal, cuja relatora é a ministra Rosa Weber.
Requião costuma se defender contra-atacando. Diz que era o único que não recebia a pensão (na verdade, Alvaro Dias é atualmente o único) e costuma citar que até a mãe de Beto Richa, viúva do ex-governador José Richa, é beneficiária. É verdade.
Comparar faz parte do jogo – e é saudável. Mas vale lembrar que nunca nenhum dos pensionistas a que ele se refere é candidato a governador. Se fosse, teria de responder às mesmas perguntas.
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