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Por que não bloqueamos o dinheiro público de partidos com condenados por corrupção?
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A Câmara dos Deputados começa a votar nesta quarta-feira (9) a reforma política. Qual reforma política? Uma para distribuir os recursos públicos de tal forma que tudo continue como sempre foi – ótima para os atuais parlamentares e caciques partidários e, obviamente, ruim para o Brasil.

Pelo texto em discussão, seria criado um novo modelo de fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões (alimentado com dinheiro do governo, claro). 2% do valor total seria dividido de forma igual entre os partidos. O demais 98% separados proporcionalmente de acordo com o número de cadeiras das legendas no Congresso.

A proposta gera um funil mais estreito para partidos pequenos que o atual fundo partidário, que divide 5% dos recursos entre todas as siglas e 95% pelo critério de proporcionalidade parlamentar. Dá para passar meses discutindo a razoabilidade dessas porcentagens e, especialmente, de usar dinheiro público (ainda mais um valor bilionário) para pagar campanhas.

O financiamento público, no entanto, é favas contadas e o melhor caminho no momento seria ao menos diminuir a bandalheira. Antes de dar dinheiro para os partidos, a ordem deveria ser moralizá-los e democratizá-los. Hoje, ninguém é candidato sem se submeter ao jogo-sujo das entranhas partidárias.

Daí vem uma questão mais profunda: como podemos aceitar dar o nosso dinheiro para partidos com filiados condenados por corrupção? Claro que essa é uma questão que passa longe da reforma política. Mas não é uma ideia perdida.

O catarinense Claiton Menezes de Sá chegou a formalizar a proposta no site E-Cidadania, do Senado. A sugestão tem mais de 5,2 mil assinaturas. Se chegar a 20 mil, vira uma sugestão legislativa e será obrigatoriamente discutida pelos senadores.

Vai dar certo? Mais fácil a reforma política passar do jeitinho que as excelências querem. Mas não custa tentar.

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